O futebol português está de luto, particularmente o FC Porto, emblema do coração de Fernando Gomes.
Nascido no Porto a 22 de novembro de 1956, Fernando Mendes Soares Gomes tinha 14 anos de idade quando, durante as férias de verão, foi de Rio Tinto ao Campo da Constituição a pé para participar nas captações do FC Porto. Não precisou de muitos minutos para impressionar António Feliciano – histórico treinador e formador de campeões azuis e brancos – e garantir uma vaga no plantel de juvenis a partir dos 15 anos. Apenas três anos mais tarde, aos 17, na primeira jornada do campeonato de 1974/75, estreou-se pela equipa principal e marcou os dois golos da vitória por 2-1 sobre a CUF.
Com apenas 20 anos, sagrou-se melhor marcador da Liga pela primeira de seis vezes e revelou-se decisivo para o quebrar de um jejum que durava há quase duas décadas.
Cinco vezes Campeão Nacional, uma Campeão Europeu, vencedor de três Taças de Portugal, outras tantas Supertaças Cândido de Oliveira e uma Europeia, foi figura de proa na afirmação do FC Porto dentro e fora de portas.
Distinguido com duas Botas de Ouro, que o coroaram como o melhor artilheiro da Europa em 1983 e 1985, foi dono e senhor da camisola 9 e da braçadeira portista nas décadas de 70 e 80.
Vinte anos, 452 jogos e 355 golos depois viria a dar por terminada uma carreira dourada longe da Invicta. A experiência nos relvados e na liderança do departamento de prospeção deram-lhe bagagem mais do que suficiente para assumir o cargo de Diretor da Formação do FC Porto, cargo que manteve até ao último dia apesar dos problemas de saúde.
Entre o primeiro Dragão de Ouro de Futebolista do Ano - entregue na edição inaugural dos prémios - e o de Dirigente do Ano - atribuído em finais de 2021 -, o Bibota nunca perdeu a paixão pelo seu clube.
À família enlutada, de Fernando Gomes, e à família FC Porto, o Flashscore apresenta as mais sentidas condolências, juntando-se a este momento de dor do futebol português.