O Club Brugge, já qualificado para a próxima fase pela primeira vez na história, foi displicente perante um FC Porto que tinha duas contas a ajustar do Estádio do Dragão: o desaire frente ao Benfica - que aumentou a vantagem dos encarnados na liderança da Liga portuguesa - e a humilhação sofrida às mãos dos belgas na primeira volta por 4-0.
Sob o mote "é ganhar ou ganhar", lançado pelo treinador Sérgio Conceição na antevisão, os azuis e brancos alinharam com Pepê e Fábio Cardoso para suprir as ausências dos lesionados Pepe e João Mário que não viajaram com a comitiva.
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Nos primeiros 15 minutos, os dragões desperdiçaram três hipóteses de inaugurar o marcador: Eustáquio, servido por um passe delicioso de Otávio, atirou por cima dentro da área, pouco depois Uribe cabeceou por cima no seguimento de um canto, e, logo a seguir, Taremi surgiu isolado na área, mas rematou alto à saída de Mignolet.
O tempo avançava e a toda mantinha-se. Aos 25 minutos, Otávio levantou para Taremi, o iraniano amorteceu para Galeno na pequena área e o remate desenquandrado do brasileiro, na 'cara' de Mignolet, não chegou a ser um falhanço clamoroso porque bateu no compatriota Evanilson, que estava fora de jogo.
Quem parecia não falhar era Otávio, o médio brasileiro assinou uma exibição de gala no 250.º jogo de dragão ao peito com um grande passe que rasgou a defesa belga e isolou Taremi. Desta vez, o iraniano rematou de primeira perante a saída de Mignolet e inaugurou - finalmente - o marcador, naquele que foi o primeiro golo sofrido pelo Club Brugge nesta edição da Liga dos Campeões.
Os cerca de 2.000 adeptos portistas - entre os quais constava Fábio Silva - continuaram a fazer a festa ao verem no horizonte aquilo que parecia uma miragem à segunda jornada, quando as duas derrotas antecipavam um trajeto europeu fora da Liga milionária.
Depois de uma exibição sólida no primeiro tempo, David Carmo cometeu uma grande penalidade infantil. Porém, quem tem Diogo Costa entre os postes pode respirar de alívio. Vanaken assumiu a primeira cobrança e esbarrou no guarda-redes, mas a pressa de Eustáquio em chegar ao ressalto obrigou a nova cobrança.
À segunda Noa Lang, que fez a estreia na Champions, assistiu na primeira fila a mais uma grande intervenção do internacional português, que se tornou no primeiro guarda-redes a defender três grandes penalidades numa edição da Liga dos Campeões.
A exibição de Diogo Costa parece ter inspirado os colegas que arrumaram com o jogo nos minutos seguintes: aos 57, Uribe cabeceou para a área numa jogada de insistência e Evanilson aproveitou a atrapalhação de Abakar Sylla para fazer o segundo golo e, dois minutos depois, Galeno fugiu pela direita, cruzou rasteiro para Taremi na pequena área, o iraniano teve o discernimento de servir Eustáquio que, na recarga, dilatou o resultado e estreou-se a marcar na competição.
Com a vingança prestes a ser servida, os dragões foram à procura de justiça poética e igualar ou superar o triunfo dos belgas no Dragão. A formação de Carl Hoefkens mostrava-se atarantada, desmotivada e foi sem dificuldade que surgiu o 4-0.
Galeno, que foi uma dor de cabeça para os belgas durante todo o encontro, voltou a fugir à defesa, fintou um adversário e serviu de bandeja Otávio na área, o brasileiro, só com Mignolet pela frente, simulou o remate e com um toque subtil deixou para Taremi, que se encarregou de bisar.
Perto do fim, Jutglà rodou sobre David Carmo e parecia ter tudo para apontar o tento de honra, mas Diogo Costa voltou a brilhar e a negar o golo. O FC Porto limitou-se a gerir a posse de bola até ao apito final, aproveitando para estrear Rodrigo Conceição na competição.
Flashscore Homem do jogo: Taremi (FC Porto)