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Federação de canoagem refuta acusação de não ter apoiado Francisca Laia

Federação de canoagem refuta acusação de não ter apoiado Francisca Laia
Federação de canoagem refuta acusação de não ter apoiado Francisca LaiaProfimedia
O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), Ricardo Machado, lamentou a pena de quatro anos aplicada a Francisca Laia por doping, mas refutou a acusação do advogado da atleta de ausência de apoio federativo.

“Não vou tecer grandes comentários relativamente a alguém que não conheço, nunca falei. A atleta sabe que logo que fomos notificados pela ITA, eu próprio falei com ela telefonicamente e mostrei a nossa disponibilidade para ajudar no que fosse necessário”, revelou.

Em declarações à Lusa, o dirigente diz não entender os comentários do causídico Pedro Nascimento, que alegou que a FPC deixou Francisca Laia “sem um acompanhamento técnico, jurídico ou sequer institucional”.

“Conhecemos muito bem a atleta, muito melhor do que o advogado. Durante a sua carreira desportiva, tal como grande parte dos seus colegas de equipa, a Laia fez dezenas e dezenas de controlos antidoping, sempre com o registo imaculado. E é por a conhecermos bem e sabermos bem os seus valores, os valores da sua família, também da canoagem, que continuamos a acreditar na sua inocência, sabendo que tudo o muito que conquistou ao longo da carreira foi fruto do seu trabalho e do seu talento”, vincou.

Ricardo Machado lamenta a situação que levou a um castigo de quatro anos de suspensão da canoísta de 31 anos, reiterando a sua “solidariedade e disponibilidade, somo sempre, para ajudar no que for necessário”.

A Agência Internacional de Testes (ITA) anunciou esta quinta-feira o castigo de quatro anos derivado do facto de a atleta ter acusado um metabólico de desidroclorometil-testosterona (DHCMT), um esteróide anabólico androgénico que melhora o desempenho físico.

O dirigente reiterou a ideia transmitida quando foi anunciada a suspensão preventiva da canoísta: “é sempre negativo, principalmente para a atleta, com currículo de relevo em termos nacionais e internacionais, e que, como é óbvio, mancha aqui tudo aquilo que foi a sua carreira”.

Ricardo Machado lamenta igualmente que a modalidade seja afetada pelo caso, porém assegura que a federação está “tranquila” quanto às suas metodologias de trabalho e garante que este é um “caso esporádico”.

“Temos os atletas a ser testados quase em todas as competições e fora de competição, várias vezes durante o ano, e nunca tivemos nenhum caso. Lamentamos e esperemos que esta luta contra a dopagem continue. Nós estaremos aqui também num papel ativo nesta luta pela verdade desportiva, que sempre foi um dos nossos objetivos”, completou.

A ITA confirmou ainda que, em nome da Federação Internacional de Canoagem, ao não contestar, a atleta, que esteve nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, aceitou as consequências impostas pela sua violação aos regulamentos antidoping, numa suspensão que se iniciou em 30 de maio de 2025 e decorre até 29 de maio de 2029.

O caso remonta a 25 de agosto de 2024, quando Francisca Laia foi submetida a um controlo nos Mundiais de distâncias não olímpicas realizados em Samarcanda, Uzbequistão, no qual foi detetado o metabólico de DHCMT.

Em Samarcanda, a canoísta lusa foi medalha de prata em K2 200 juntamente com Teresa Portela e de bronze no K4 500 misto com Teresa, Fernando Pimenta e Messias Baptista, resultados que ficaram sem efeito com esta sanção.