O organismo, presidido pelo russo Umar Kremlev , diz ter "apresentado uma queixa ao procurador-geral suíço", Stefan Blätter, e está a preparar"queixas semelhantes" junto dos procuradores-gerais francês e norte-americano.
Privada desde 2019 da organização do seu próprio torneio olímpico, devido a uma cascata de problemas de governação, a IBA luta sem descanso contra a presença na categoria feminina da pugilista argelina Imane Khelif (-66 kg) e da taiwanesa Lin Yu-ting (-57 kg), campeãs olímpicas em Paris.
"De acordo com a lei suíça, qualquer ação ou inação que represente um risco para a segurança dos participantes numa competição merece ser investigada e pode servir de base para um processo criminal", diz a IBA.
A organização alega ter excluído as duas atletas, que sempre competiram como mulheres, dos Campeonatos do Mundo de 2023 por serem portadoras de cromossomas XY: uma prova de masculinidade, insiste a IBA, apesar de esta ser uma das várias formas de "diferença de desenvolvimento sexual" (DSD), anteriormente conhecida como intersexualidade, que, segundo estudos, afeta um em cada 1000 a 4500 nascimentos.
O COI, que geriu o torneio olímpico de boxe em direto, na ausência de uma federação internacional reconhecida, confia nos passaportes das duas pugilistas. Quando questionado sobre Imane Khelif, o porta-voz do COI salientou que ela "nasceu mulher, foi registada como mulher, vive a sua vida como mulher e pratica boxe como mulher".
Oito meses após o torneio olímpico, a IBA considera que a sua ofensiva foi reforçada pelo decreto assinado na quarta-feira pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa tentativa de impedir a participação de atletas transgénero em desportos femininos.
Nem Imane Khelif nem Lin Yu-ting são mulheres transexuais, mas, segundo a organização, este texto "prova que a IBA se manteve firme, protegendo justamente as pugilistas contra a concorrência desleal".