Na segunda edição da C-PLPEX, a Deep Robotics, empresa de inovação chinesa fundada em 2017, vai apresentar dois cães robots. São “produtos já muito amadurecidos”, que podem, por exemplo, ser enviados para avaliar a situação em cenário de incêndio, explicou aos jornalistas um representante do BPS Global Group, agente da Deep Robotics na Austrália, Hong Kong e Macau.
Com a participação na C-PLPEX, salientou Wong, a empresa tem “como prioridade Macau”, mas as portas podem abrir-se a outras latitudes.
“Temos de saber se os países de língua portuguesa têm interesse e se a empresa mãe tem algum projeto para expandir e para quais países de língua portuguesa”, complementou o responsável, durante uma visita dos jornalistas ao local da feira, que decorre até sábado.
A Deep Robotics vai ocupar um dos quase 500 expositores da China e dos países da lusofonia presentes este ano na C-PLPEX. Só da lusofonia contam-se 320 expositores, o que representa “um aumento de 23% face à primeira edição”, anunciou hoje, em conferência de imprensa, o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).
“Um terço são do Brasil, um terço de Portugal e o resto são de (outros) países de língua portuguesa”, completou Che Weng Keong.
Os 'stands', ainda de acordo com Che, estão centrados “nas áreas prioritárias da cooperação sino-lusófona”, como “comércio eletrónico transfronteiriço, novas energias, indústria agrícola, alimentos e bebidas, serviços profissionais e economia azul”.
Em paralelo, vai decorrer este ano, pela primeira vez, a Expo Internacional Agrícola China-Países de Língua Portuguesa. O Brasil, considerou o responsável do IPIM, pesou na decisão de lançar esta nova mostra.
“Brasil é um país muito grande, ligado à produção de alimentos, à produção agrícola e, tendo isso em consideração, decidimos realizar essa exposição. No interior da China, esta área (agrícola) é muito avançada e pode ter uma boa relação com os países de língua portuguesa”, justificou ainda o presidente do IPIM.
Alan Ho, coordenador da C-PLPEX, notou ainda que trazer a Macau “muitas pessoas” do universo lusófono e do interior da China é “crucial para promover a plataforma de Macau”.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.
O organismo integra, além da China, os nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 2022, Guiné Equatorial.
Num "toque desportivo e cultural” desta feira, continuou Alan Ho, este ano vai ser exibida "pela primeira vez em Macau, a camisola amarela número 10 usada por Pelé em 1962", durante o Mundial.
A segunda edição da C-PLPEX vai decorrer em simultâneo com a 30.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês) e a Exposição de Franquia de Macau 2025. Em conjunto, os três eventos ocupam uma área de quase 30 mil metros quadrados e reúnem mais de 1.100 expositores.
O IPIM convidou Cantão, capital da vizinha província de Guangzhou, como cidade parceira da MIF e irá organizar mais de 50 sessões de promoção económica e comercial, nomeadamente fóruns de cooperação regional e conferências.
"Várias empresas de renome já confirmaram parcerias comerciais a formalizar durante os três eventos, estando prevista a assinatura de contratos importantes (...) com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de setores como 'big health' e tecnologia", notou ainda o presidente do IPIM, dando como exemplo a farmacêutica AstraZeneca.
Também as portuguesas Prio Energy e Porto de Sines vão estar representadas em Macau, foi ainda anunciado.