O Tribunal Arbitral do Desporto tomou finalmente a decisão de apoiar a Federação Venezuelana de Futebol ao determinar que o ex-treinador da seleção nacional feminina, Kenneth Zseremeta, é culpado das acusações de abuso sexual e psicológico contra as atletas que tinha a seu cargo nas categorias sub-20 e sub-17.
Junto com ele, seu assistente William Pino também foi considerado culpado e deve pagar 9 mil dólares (cerca de 8 mil dólares) além de um mínimo de oito anos sem qualquer ligação com o futebol nacional.
Zseremeta não poderá ter qualquer ligação com o futebol venezuelano em qualquer nível e tem um mandado de prisão desde 2021 do Ministério Público.
FVF quer que Zseremeta seja suspenso a nível mundial
Num comunicado publicado pela Federação Venezuelana de Futebol, foi anunciado que o órgão máximo do futebol na Venezuela vai recorrer à FIFA para pedir a Sanção Mundial contra Zseremeta, em apoio às vítimas e em linha com o apoio que o Comité de Ética deu aos jogadores desde o início.
Com esta iniciativa, a FVF procura não só indemnizar as vítimas do nosso futebol nacional, mas também evitar cenários semelhantes no futuro em qualquer outra parte do mundo.
A voz das mulheres desportistas
Embora a presença de Deyna Castellanos tenha desempenhado um papel importante na denúncia de Zseremeta, no final foi um esforço conjunto que demonstrou a sororidade de um grupo de desportistas que conseguiu disputar um Campeonato do Mundo, um marco no futebol venezuelano.
Junto com elas, Alejandra Blasco, ex-psicóloga das seleções femininas, apresentou uma denúncia em 2020 contra o panamenho por maus tratos contra ela e as jogadoras, que serviu de base para a denúncia das atletas um ano depois.
"Hoje compreendemos que estas acções tinham como objetivo manipular-nos e fazer-nos sentir culpadas. As jogadoras da comunidade LGTBI eram constantemente questionados por causa da sua orientação sexual e o assédio às jogadoras heterossexuais era constante. Houve ameaças e manipulação de contar aos pais dos jogadores sobre a sua orientação sexual se não fossem disciplinados ou não tivessem um bom desempenho", lê-se em parte do comunicado enviado pelos atletas em 2021.