No livro lançado esta semana, "Bloom", a jogadora de 22 anos abordou o seu descontentamento no sul de França e afirmou que uma colega do Montpellier lhe ofereceu, a ela e a outra jogadora negra, bananas como presente de despedida.
A australiana, que saiu do clube em 2022 e atualmente representa o Manchester City, contou que a equipa fez uma apresentação após o último jogo em casa da época 2021/22, na qual foram entregues flores às jogadoras que iam sair. No entanto, disse que nem ela nem a sua amiga, a extrema neerlandesa Ashleigh Weerden, foram mencionadas na cerimónia.
"Depois, quando entrámos no balneário, algumas colegas perguntaram porque não tínhamos recebido flores. Encolhemos os ombros, tão surpreendidas quanto elas," escreveu: "Algumas raparigas riram-se da situação e, de seguida, uma das jogadoras aproximou-se e entregou-nos bananas, dizendo: 'Tomem, fiquem com isto.' Foi a cereja no topo do bolo."
O Montpellier, que vendeu a equipa feminina em outubro, reagiu esta quinta-feira, afirmando que ficou "surpreendido ao descobrir ontem" as "acusações feitas por Mary Fowler na sua autobiografia".
O clube explicou que apenas duas jogadoras receberam flores porque os seus contratos estavam a terminar, o que não era o caso de Fowler e Weerden.
"Seria, por isso, pouco apropriado o clube oferecer um 'presente de despedida'," justificou o Montpellier.
O clube negou também "os acontecimentos que alegadamente ocorreram à porta fechada no balneário após o jogo", relacionados com as bananas.
"Após consultar quem esteve presente nesse dia, não existe qualquer prova que confirme as alegações ou sequer que identifique a suposta autora," afirmou o clube.
O Montpellier acrescentou que, perante as "acusações", fará "questão de não deixar que a difamação prevaleça sobre a verdade" e, se necessário, recorrerá a "todos os meios legais" para o conseguir.
"O tema do racismo é demasiado sério para ser explorado," sublinhou o Montpellier.
