"Agradeço a Roberto Martínez o entusiasmo e ambição com que recebeu o convite da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Desejo-te, caro Roberto, toda a sorte e recebo-te em nome dos portugueses, seguro de que tudo farás para colocar a equipa de todos nós nas decisões das maiores provas internacionais. Este é um momento importante para a seleção nacional", começou por dizer o dirigente, antes de deixar palavras de elogio a Fernando Santos:
"Permitam-me que reafirme a honra que foi ter Fernando Santos como selecionador nacional desde 2014. Juntos construímos o período mais feliz da seleção nacional com a vitória no Euro-2016, a conquista da Liga das Nações em 2019, uma das melhores campanhas de sempre no Campeonato do Mundo realizado no Catar e o fortalecimento dos laços entre a equipa de todos nós e os 11 milhões de portugueses. Muito obrigado Fernando Santos, estamos seguros de que os portugueses não esquecerão o que fizeste nesta casa, que será para sempre a tua casa".
Fernando Gomes explicou, depois, o processo de escolha do novo timoneiro, que resultou da decisão de "começar um ciclo novo" que "visa chegar ao Mundial-2026 como um dos mais fortes candidatos ao título".
"Permitam-me que seja muito claro sobre isto: apesar do nosso mandato terminar em 2024, cumpre-me tomar todas as decisões que assegurem uma transição segura e tranquila para o meu sucessor ou para a minha sucessora. Isto significa, por exemplo, liderar a candidatura ao Mundial-2030, pensar executar o plano para o futebol português em 2030, reforçar os laços com os nossos parceiros, negociar patrocínios e receitas que vão para lá de 2026, melhorar as competições da FPF, dar todas as condições às seleções nacionais e claro definir contratos com treinadores e treinadoras. Até ao último dia na Cidade do Futebol, é isso que podem esperar de mim", assegurou, revelando ter definido "o perfil do novo selecionador em conjunto com os membros da direção que acompanham a seleção A, Humberto Coelho e João Pinto, e também com José Couceiro, vice-presidente e diretor técnico nacional".
"O novo selecionador teria de ser ambicioso, conhecedor do futebol internacional, habituado a treinar jogadores ao mais alto nível, com experiência nos melhores campeonatos, idealmente também nas seleções. Na construção deste perfil nunca foi relevante o local de nascimento do novo selecionador de Portugal. Somos uma seleção formada por jogadores que atuam ou já atuaram em diferentes países e campeonatos", apontou, vincando que "o percurso de Roberto Martínez fala por si próprio".
Realçando que o técnico "nasceu em Espanha e como jogador desenvolveu-se no seu país e projetou-se em Inglaterra", e que "como treinador tem construído uma carreira com base na permanente aquisição de competências e no trabalho", o presidente da FPF lembrou a passagem de Martínez pela Bélgica, "seleção que colocou como n.º 1 do ranking mundial e que tornou capaz de lutar com qualquer adversário por todos os títulos".
"Na primeira conversa com Roberto Martínez foi imediatamente claro que estava perante um treinador que encaixava no perfil desenhado. Ele, tal como nós na FPF, acreditamos que Portugal pode e deve estar sempre na decisão das grandes competições. Estar na decisão significa, pelo menos, aceder às meias-finais em qualquer prova. Somos um país de futebol. Portugal é um adversário temido e que pode vencer qualquer equipa", afiançou.
Dirigindo-se ao novo selecionador, Fernando Gomes concluiu reforçando aquilo com que este pode contar: "desejo permanente de progredir e ganhar, confiança, estabilidade, capacidade de trabalho e, estou certo, o apoio dos portugueses".