Fernando Santos chama António Silva e Gonçalo Ramos; Gonçalo Guedes e Moutinho de fora

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Fernando Santos chama António Silva e Gonçalo Ramos; Gonçalo Guedes e Moutinho de fora

Atualizado
Renato Sanches também ficou de fora das escolhas de Fernando Santos
Renato Sanches também ficou de fora das escolhas de Fernando SantosLUSA
O selecionador nacional estreia os dois jogadores do Benfica em convocatórias e volta a depositar confiança em João Mário. No que toca a ausências, as de Gonçalo Guedes, Renato Sanches e João Moutinho são as mais notáveis.

Fernando Santos preferiu não justificar as opções tomadas, nomeadamente a escolha de Matheus Nunes em detrimento de Renato Sanches e de António Silva em vez de Diogo Leite ou Gonçalo Inácio.

"Não podemos só falar de quem fica de fora e não dos que estão dentro. Convocámos com base no nosso trabalho e nas observações ao longo da época que fazemos. Não é nada de novo em relação ao nosso estilo de convocatória. Queremos potenciar ao máximo a capacidade do jogador. Escolhemos estes 26 e podíamos ter feito outras opções. Mesmo fazendo convocatórias aos anos, há sempre dúvidas de última hora. Esta é a base", vincou.

"Tínhamos de ir jogador a jogador. Fiz lista de 55, tinha laterais, médios... Tínhamos de ir esmiuçando. O mais importante é que são estes que vão ao campeonato do Mundo. Queremos voltar dia 19 e ser recebidos em festa, que todos apoiem a seleção. Os 26 acham que foi feita justiça, os outros que não foi feita justiça. Respeito todos como sempre fiz. Se os coloquei no lote dos 55 é porque me davam garantias e esta é a minha opção", prosseguiu.

Novamente questionado sobre a situação de Rafa Silva, o técnico foi taxativo e disse que esse era um "não assunto neste momento".

"Favoritos? França e... Portugal"

No que toca a favoritos, apontou a França, por ser a campeã em título, e outro lote de equipas que podem disputar o troféu, entre elas Portugal. 

"O que Portugal pode dar? Ser campeão do mundo, acho que isso é possível. Não pode haver serviços mínimos"

O selecionador disse ainda não estar preocupado com o momento de forma de Cristiano Ronaldo, argumentando que fez os últimos quatro jogos pelo Manchester United e respondeu categoricamente a uma possível falta de motivação ou confiança por parte do capitão luso.

"O Cristiano e todos os que convoquei - e se viessem outros era igual -, vêm com uma fome enorme de ser campeões do mundo. O Cristiano está nesse lote", referiu.

Conjuntura inédita

Ao mesmo tempo referiu que nesta edição há "algo que nunca aconteceu e que nenhum selecionador consegue definir bem" e, por isso, há uma maior importância em "entender qual é a melhor opção de jogo para potenciar os jogadores".

"As fases finais sempre foram disputadas em junho ou julho, no final de época, com questões distintas: a sobrecarga de jogos feitos é maior no final da época, mas não são com a mesma intensidade, porque nesses últimos dois meses (de final de época) as equipas estão só a disputar as provas caseiras - tirando os que chegam às fases finais de cometições europeias, e temos a sorte de ter lá jogadores".

"Sempre demos 10 dias de férias no final da época, havia um interregno para recuperar e três semanas para preparar os jogadores. Este é um caso distinto. Para já tenho dúvidas se a carga é maior ou menor, porque este início de época foi jogado de forma muito intensa, a maior parte das equipas jogaram ao fim de semana e a meio da semana. Campeonato, competições internacionais e Taças. Ainda hoje há jogos da Taça em Portugal. São jogos de três em três dias, por isso é que estamos a ver jogadores com dificuldades".

"O Sadio Mané pode estar de fora, o Antonio Conte falou sobre jogos todos disputados pelo Harry Kane, os jogadores estão cansados. Não temos esse tempo de recuperação. Na próxima quinta-feira temos jogo (de preparação com a Nigéria), a ida para o Catar é um dia inteiro de viagem e temos quatro dias até ao jogo (com o Gana). É uma competição diferente, temos que avaliar a condição e ver o tempo de utilização dos jogadores.

"Há quem não esteve em competições europeias, outros que tiveram mais competição. Sem a possibilidade de que, os que não tinham tanta competição, podíamos fazer um trabalho mais forte. Agora, aqui em tão pouco tempo não temos condiçoes para isso. Por isso é que é fundamental encontrar o modelo ou fórmula que potencie as capacidades dos jogadores."

A condição física de Pepe é também algo que não preocupa muito o treinador, visto que o departamento médico garantiu que "não há ninguém inapto".

"Se só pudessem ir 23 para o banco, só convocava 23"

Ao contrário do que aconteceu no Euro-2020, em que poderiam ser convocados 26 jogadores, mas só 23 entravam na ficha de jogo, desta vez a FIFA permite que todos os escolhidos se sentem no banco de suplentes. Fernando Santos, que nessa competição só levou 23 jogadores, admitiu que se a regra não tivesse mudado, voltaria a convocar apenas esse número.

"Se só pudessem ir 23 para o banco, eu só convocava 23. Emocionalmente e em termos de coesão de grupo, não funciona. Foi uma das experiências mais ricas que já tive, mas num sentido menos positivo. Tive uma experiência desse tipo com a Grécia, quando levei 25 e só podiam ir 23, funcionou mal. A convocatória para os jogos tem que ser dada na véspera, portanto os jogadores ficavam à espera do anúncio do treinador durante o jantar e seis ficavam na expetativa de ficar de fora".

"Nas primeiras vezes ainda levam a bem, mas depois... Taticamente também é complicado porque nos tira opções. O jogo pode correr de outra formaa e os três que deixas de fora poderiam ter sido opção por causa das circunstâncias do jogo. Convoquei estes 26 por causa desse tal plano de jogo que imaginei".

O técnico negou ter um plano específico para João Félix, "nem para os outros", mas sim para a equipa. 

"Vamos criar um plano de jogo que potencie a qualidade dos jogadores e o João Félix faz parte desse objetivo. Se acreditamos que todos têm potencial e nós dizemos que esta seleção tem muita qualidade, então tenho que planear para os 26. As características são muito importantes, os jogadores não são todos iguais. A qualidade pode ser grande e agora compete-me a mim pegar nessa qualidade e características e potenciá-las".

Críticas ao planeamento das competições de clubes

No que toca ao planeamento das competições de clubes, o selecionador foi crítico e afiançou que "não há ninguém que concorde em absoluto", porque "não é bom para os clubes, nem para as seleções".

"Não é bom para ninguém. A unica vantagem que tem é a questão das viagens. Com exceção da longa viagem que vamos fazer dia 18, não temos que viajar. É a sexta fase final em que participo, as viagens entre jogos eram terríveis. Nesse aspeto temos alguma vantagem."

"Durante a fase de grupos não vamos ter um campo a mais de 25 minutos. vamos estar sempre no nosso hotel e não com a casa às costas. O desgaste é menor. No Brasil, mudámos de um sitio fresco e depois fomos para um calor insuportável. Não é nenhuma crítica à organizção, mas eram essas as condições. Aqui vamos estar sempre na nossa base, o campo de treinos está a cinco minutos".

Lista de convocados:

Guarda-redes: Diogo Costa (FC Porto), Rui Patrício (AS Roma) e José Sá (Wolverhampton).

Defesas: João Cancelo (Manchester City), Diogo Dalot (Manchester United), Pepe (FC Porto), Rúben Dias (Manchester City), Danilo Pereira (Paris Saint-Germain), António Silva (Benfica), Nuno Mendes (Manchester City) e Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund).

Médios: William Carvalho (Bétis), Rúben Neves (Wolverhampton), João Palhinha (Fulham), Bernardo Silva (Manchester City), João Mário (Benfica), Vitinha (Paris Saint-Germain), Bruno Fernandes (Manchester United), Matheus Nunes (Wolverhampton) e Otávio (FC Porto).

Avançados: Cristiano Ronaldo (Manchester United), João Félix (Atl. Madrid), Rafael Leão (AC Milan), Gonçalo Ramos (Benfica), André Silva (Leipzig) e Ricardo Horta (SC Braga).