Fernando Santos garante: “Os jogadores têm liberdade total”

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Fernando Santos garante: “Os jogadores têm liberdade total”

Fernando Santos destacou evolução da equipa
Fernando Santos destacou evolução da equipaEPA
Na antevisão do jogo com o Uruguai, o selecionador deixou elogios ao adversário da segunda jornada do Grupo H do Mundial-2022. Falou da lesão de Danilo Pereira, confirmou a titularidade de Pepe, a evolução do modelo de jogo e falou da liderança de Ronaldo.

Depois da vitória diante do Gana (3-2), Portugal tem a oportunidade de carimbar já este domingo um lugar nos oitavos de final do Mundial-2022. Para isso a equipa das quinas precisa de vencer o Uruguai na segunda jornada do Grupo H.

Questionado sobre os recentes desaires da Seleção Nacional em fases decisivas – perdeu com a Sérvia o apuramento direto para o play-off e com a Espanha a passagem à final four da Liga das Nações – Fernando Santos preferiu olhar para o futuro.

Falamos sempre do passado, o que eu compreendo, sobretudo a situação da Sérvia. Nós temos que aprender com as coisas que não fizemos bem. É perceber o que temos de melhorar, com as características dos jogadores que temos ao nosso dispor que são diferentes de 2016 (Europeu), 2017 (Taça das Confederações), 2018 (Mundial), 2021 (Europeu). No play-off já existiu uma transformação clara. No jogo em que acabámos por perder com a Espanha, e em que tudo ficou logo errado, sabemos bem que durante 70 minutos fomos muito fortes. É isso que faz este crescimento e os jogos vão cimentando estas questões. É o que vamos procurar fazer amanhã (domingo)”, atirou.

E nessa lógica de evolução, Fernando Santos falou do novo sistema da equipa das quinas e a forma como pretende dar mais liberdade aos jogadores.

Eles têm liberdade total, sabendo como se devem reorganizar, sem nome e sem número. Sabem que em posse é criatividade e variabilidade total. No jogo com o Gana eu tenho a minha opinião pessoal de que estreia num campeonato do mundo pesa um bocado. Houve da parte deles uma fase em que o controlo do jogo foi muito importante e tiveram dificuldades em soltar a amarra. Quando o fizeram percebeu-se que até correu bem. Eu quero essa variabilidade, por isso estou a jogar um sistema mais híbrido, com as compensações corretas.  Não me interessa se o Bernardo está na direita ou atrás, o Bruno ou o Félix. Não me preocupo, até quero, mas sempre com segurança. Não pode é haver anarquia, perder a bola fácil. Sei que estamos a evoluir bem neste plano, confiança e isso é muito importante. Sei que a resposta vai ser cada vez melhor”, concluiu.

Pode ouvir o relato em direto na aplicação ou no site
Pode ouvir o relato em direto na aplicação ou no siteFlashscore

Quanto ao adversário deste domingo, Fernando Santos aproveitou para traçar um paralelismo com a equipa que encontrou em 2018.

Cavani e Suárez tinham menos quatro nessa altura, eram dois jogadores de enorme qualidade, continuam a ser, mas era uma grande equipa. Esta também é, com alguns valores emergentes, ainda que a maioria tenha estado na Rússia. A matriz de jogo do que é a equipa do Uruguai não mudou assim tanto, alterou algumas características de um ou outro jogador, mas evolui normalmente 4x4x2. É muito forte em termos de qualidade técnica, é uma equipa muito bem equilibrada nos vários momentos do jogo e tira proveito das características do jogador. Não vejo tantas diferenças. É uma equipa de enorme qualidade e vai ser um grande jogo”, atirou.

“Danilo Pereira foi um daqueles lances que ninguém conseguiu perceber”

O apronto de sábado da Seleção Nacional trouxe uma má notícia para Fernando Santos. Danilo Pereira lesionou-se e vai ficar de fora dos restantes jogos da fase de grupos. Um problema que surgiu num lance fortuito, segundo o selecionador nacional.

"O Danilo foi um daqueles lances que ninguém conseguiu perceber. Estávamos a preparar as bolas paradas defensivas e no meio de uma embrulhada ele gritou. Fomos todos ver o que se passava. Ao início não parecia nada de especial. Acabou por recuperar rapidamente, achámos que não seria nada. Foi por precaução ao hospital e a conclusão foi esta. Agora vamos esperar, fazer exames para ver como evolui. É uma baixa, mas temos mais três centrais, não podemos fazer disto um drama. É o futebol, estamos muito tristes por ele, acima de tudo. Agora é também aproveitar alguma coisa de positivo, pela força que ele transmite que isso também nos vá ajudar a dar mais década um para oferecer uma prenda grande aos portugueses”, explicou.

No lugar de Danilo Pereira será Pepe a formar dupla com Rúben Dias: “É um monstro. Se há alguém com um papel tão importante no balneário, é ele. Vai jogar, não tem quaisquer problemas

Menos certa é a presença de Nuno Mendes ou Otávio, ambos a debelar problemas físicos: "Vamos ter um treino esta tarde, veremos como evoluem. De manhã ainda estiveram em tratamentos, depois é perceber se estão aptos, ou não"

O peso de Ronaldo

Cristiano Ronaldo voltou a ser tema de conversa na conferência de imprensa de Fernando Santos. O capitão abriu caminho à vitória diante do Gana com o primeiro golo na conversão de um penálti.

Questionado sobre a importância da palavra do antigo jogador do Manchester United no balneário, o selecionador nacional relativizou a questão.

"Já vi jogadores mais fortes ainda, em termos da palavra, muito fortes. Treinei muitos, alguns que eram patrões, no Benfica, no Sporting, no FC Porto, na Grécia. Cada jogador expressa-se à sua maneira. Uns levantam mais o braço, outros menos. O que é importante é que o grupo saiba lidar com todas as questões, que todos formemos esse espírito de estar com uns e com outros. Há jogadores que são mais agressivos, outros que não se dão tão bem com treinadores agressivos. O Ronaldo, pelo jogador que foi, não era assim, havia o João Vieira Pinto e o Pedro Barbosa no balneário, por exemplo. A equipa convive bem com isso", concluiu.