Questionado sobre o tema Ronaldo, Fernando Santos disse que o assunto não tira o foco à equipa: “O assunto não foi sequer falado. Não ouvi nenhum comentário. Ainda hoje estavam 20 jogadores sentados a ver o jogo (Croácia - Marrocos) e não ouvi nenhum comentário. O que é importante é que há um foco total dos meus jogadores e um espírito fantástico. Vencer uma competição destas é difícil para qualquer seleção, basta olhar para estes primeiros jogos. Já tivemos jogos com surpresas e muito equilibrados. Muitos dos jogadores do Gana jogam em grandes equipas e estão habituados às questões táticas. É um jogo difícil, mas estamos convictos porque confiamos em nós e no nosso trabalho”.
Sobre o Gana, o selecionador nacional disse que "as equipas africanas têm muito talento e são muito imprevisíveis. Há uns anos eram muito individuais e hoje são equipas muito completas. Vejam o caso da Arábia Saudita. Vai ser um jogo muito difícil para nós, mas acredito que Portugal vai vencer. Não há nenhuma equipa e jogador que não tenha o sonho de ser campeão do mundo. Estamos confiantes e convictos naquilo que é a qualidade desta equipa”.
Fernandos Santos confirmou que a equipa vai apresentar um jogo muito idêntico ao que demonstrou frente à Nigéria: “Vamos ter uma equipa parecida, seguramente. Vamos jogar com uma equipa dinâmica e criativa. Temos de potenciar as características em cada momento. Estes não são melhores, nem são piores que os outros. Tenho 26 jogadores e vou dormir muito tranquilo. Todos me dão garantias”
Ainda sobre esse jogo particular, referiu que a equipa fez "uma boa exibição" mas, ainda assim, houve "períodos em que desligámos do jogo". "Não tenho dúvidas nenhumas que temos de deixar de cometer essas falhas desnecessárias”.
Em Campeonatos do Mundo, a seleção das quinas não vence o jogo inaugural desde o Mundial-2006. No entanto, esse facto não influencia a preparação para o jogo: “Ganhar é melhor, a vitória traz mais energias positivas. Mas no Europeu empatei os três primeiros jogos e fui campeão da Europa. Se nos propusessem isso, eu e os meus jogadores assinávamos já por baixo".
Quanto ao grande objetivo para este Mundial, o treinador fintou a questão e disse que a equipa se "propõe a dar uma grande alegria aos portugueses, em cada jogo" e desvalorizou o desaire da Argentina: “Há dez equipas que vêm aqui com essa ambição de ganhar. A Argentina deixou de ser favorita? Não acredito nisso. Não é um jogo que vai decidir isso”.
Sobre o facto de jogar um Mundial a meio da época, Fernando Santos foi perentório: “O que se nota agora é uma intensidade muito forte porque os jogadores vêm no auge da sua forma. Normalmente os jogos iniciais não são tão fortes e intensos. Vamos ver se não se inverte o ciclo e depois o cansaço começa a aparecer. Acredito que não. Nos três primeiros dias tivemos alguma dificuldade na questão do sono por causa do fuso horário”.
A finalizar, abordou a questão dos direitos humanos, que tem marcado esta competição: “Desde os meus 21 anos que luto por todas estas questões, principalmente os direitos humanos. Ainda há uma semana fiz um vídeo dos direitos humanos. Há outras questões que não têm nada a ver connosco, deixo isso a quem de direito, mas sou um grande defensor dos direitos humanos”.