As declarações de Firmino sobre os ex-companheiros foram extraídas de um trecho da sua autobiografia, intitulada "Si Señor" e compartilhada pelo jornal The Guardian.

No meio da tensão entre os dois, Firmino ainda comentou sobre o seu papel de equilíbrio no trio, sempre à procura do meio-termo.

"Eu conhecia os dois muito bem, talvez melhor do que ninguém. No campo estava no meio dos dois. Vi em primeira mão os olhares, as caretas, a linguagem corporal, a insatisfação quando um estava chateado com o outro. Eu podia sentir isso. Era o elo entre os dois no nosso jogo ofensivo e o bombeiro nesses momentos", escreveu Firmino.

"Para muitos, aquele desentendimento entre Sadio e Mo foi o primeiro (episódio no túnel de acesso ao balneário). Para alguns, o primeiro e o último. Mas eu sabia que isso acontecia desde a temporada anterior, 2018/19. O meu instinto e o meu dever era acalmar a situação entre eles. Colocar água na fervura – nunca gasolina", acrescentou o atacante brasileiro, uma lenda em Anfield.

No episódio relatado, Firmino chegou a virar meme por uma careta em relação à situação. O jogador deu mais detalhes da "confusão" entre os companheiros de Liverpool.

"A discussão não foi engraçada. Potencialmente, teria causado problemas para nós. Mas aquela cara irónica que fiz era a cara de alguém que sabia que não seria responsabilizado. Talvez o Jurgen Klopp e alguns outros estivessem preocupados. Eu não estava. (...) Apesar do bom resultado, o jogo foi marcado por uma explosão de fúria do Sadio Mané ao ser substituído nos minutos finais. As câmaras captaram tudo. O Mané não ficou zangado apenas por ter sido substituído: um pouco antes, o Salah preferiu fazer um remate a passar a bola ao Mané, que estava livre dentro da área. Bem, o meu inglês não é maravilhoso, então não posso dizer exatamente o que Mané gritou quando saiu. Mas não foi nada simpático", contou o brasileiro.

"O Mané era mais intenso, tanto nos bons como nos maus momentos. Era o mais explosivo de nós os três, e também era a pessoa com a qual tinha maior liberdade para discutir isto. Falava com ele, dava-lhe conselhos e tentava acalmá-lo. Eles nunca foram os melhores amigos. Cada um mantinha-se na sua. Era raro vê-los a falar um com o outro, e não sei se tinha a ver com a rivalidade Egito-Senegal", pontuou o atacante, que atualmente joga no Al-Ahli, da Arábia Saudita.