O órgão dirigente, sediado em Paris, atualizou o seu Código Desportivo em dezembro último, com uma cláusula que requer permissão prévia escrita para os pilotos poderem fazer ou dizer "declarações ou comentário políticos, religiosos ou pessoais" durante as corridas.
Zhou, condutor da Alfa Romeo no seu segundo ano na Fórmula 1, disse à Reuters, durante a apresentação da equipa suíça para 2023, que não está "muito envolvido em política", mas não acha que "(a abordagem) seja a melhor maneira de fazer as coisas".
"Somos humanos, por isso podemos dizer as coisas que quisermos, mas não estamos contra ninguém. Estamos apenas a dizer a verdade ou a tentar ser uma pessoa real por dentro e por fora, então acho que devíamos ter o direito de dizer o que queremos", vincou.
O piloto ainda não fez qualquer corrida no Grande Prémio do seu país, já que a corrida em Xangai foi novamente cancelada este ano, pela quarta época consecutiva, devido às medidas de prevenção contra a COVID-19.
Grandes eventos como os Jogos Olímpicos de Inverno do ano passado colocaram o holofote sob o atropelamento de direitos humanos na China, com Washington a classificar como genocídio o tratamento de Pequim aos muçulmanos uigures.
Os atletas presentes nessa competição eram livres de expressar opiniões em conferências de imprensa e entrevistas, mas não durante os eventos ou cerimónias de entrega de medalhas.
Na Fórmula 1, o sete vezes campeão Lewis Hamilton tem sido uma das vozes mais sonantes na defesa dos direitos humanos e tem chamado à atenção para alguns dos países que recebem as corridas.
O companheiro de Zhou na Alfa Romeo, Valtteri Botas, antigo colega de Hamilton na Mercedes, disse que a decisão da FIA vai ser "um grande ponto de conversa no Bahrain", no lançamento da corrida inaugural em 05 de março.
Zhou somou apenas seis dos 55 pontos da equipa na época passada, mas espera-se que faça muito melhor desta vez, depois de aprender todas as pistas.
"No ano passado acho que perdi 10 ou mais pontos devido a problemas de fiabilidade. Em geral, estou muito feliz com o progresso que fiz. Este ano não preciso de fazer nada diferente, já vem automático com o tempo que passas na Fórmula 1 e a experiência de aprendizagem. Se conseguirmos ter um carro forte, então tenho a certeza que ambos conseguimos fazer bons pontos", afirmou.