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Competência e rigor do último jogo contra os Estados Unidos: "Não só deste jogo, mas de todos os outros. Quando jogamos contra as melhores, temos de estar organizados e com grande rigor. Sentimos que precisamos deste tipo de desafios - não são fáceis, não são contextos simples - mas é precisamente por isso que temos trabalhado nos últimos anos. É uma exigência brutal, mas temos um grupo de jogadoras corajosas e ambiciosas, que encara este desafio com vontade de fazer bem e ser altamente competitivo. São jogos muito diferentes: num Campeonato do Mundo temos mais tempo para preparar; os Estados Unidos estão claramente diferentes dessa altura, e Portugal também está diferente. Amanhã é aproveitar e dar contexto a um grau de adversidade elevado. Queremos fazer as coisas bem, e acredito que o podemos fazer".
O que tem faltado à Seleção Portuguesa? "Acima de tudo, são momentos que vamos ultrapassando. Já falámos do balanço dos últimos três ou quatro meses. É importante ter o grupo disponível. Quando o tivemos por completo, conseguimos lutar e competir. Quando não temos todas, torna-se mais difícil. É essencial que toda a gente possa contribuir, e tem sido em detalhes que as coisas se decidem. Conseguimos empatar com a Inglaterra, ser competitivas em casa com a Espanha, depois passámos uma fase mais difícil, mas reencontrámo-nos no Europeu, frente à Itália, onde fomos dominadoras. Faltou-nos alguma eficácia. Por isso, acho que falta afinar alguns pormenores técnicos e táticos para voltarmos aos nossos melhores níveis. É isso que nos faz crescer. Queremos expor a nossa equipa a estes desafios, pois é por isso que vamos ter jogos com os Estados Unidos, os Países Baixos e o Brasil. Essas experiências vão ajudar o grupo a crescer. É preciso saber viver nestes contextos internacionais de grande exigência".
Dolores Silva: "Jogar contra as melhores do mundo é sempre motivo de grande motivação"
Portugal é uma equipa em crescimento, disse Emma Hayes: "Há cinco anos, antes do Mundial, ninguém acreditava que iríamos empatar com a Inglaterra ou fazer exibições tão boas contra as grandes equipas. Mas, como todas as seleções, temos momentos altos e baixos. Temos de perceber que estamos mais próximas das equipas de topo, mas as outras também crescem. Acreditamos que estamos no nosso caminho, confiando no nosso processo, que nos tem aproximado das melhores. Quanto mais perto estamos das equipas de topo, mais difícil é continuar a crescer. O objetivo é preparar uma equipa para o que queremos ser. E o nosso próximo grande objetivo é qualificar-nos para o Campeonato do Mundo de 2027, no Brasil. Por isso, é tão importante disputar estes jogos.
"Temos de respeitar a decisão da Thaís"
Thaís Lima escolheu representar o Brasil: "Temos o máximo respeito. Fez todo o processo de seleção connosco, sempre acima da idade, e isso mostra muito da forma como olhávamos para ela. Fizemos de tudo para que continuasse connosco. Tivemos conversas com a Thais e com a família, explicámos o nosso projeto, mas temos de respeitar a decisão. Desejamos-lhe toda a sorte. Ela e a família tomaram a sua opção, e isso merece respeito".
Preparação com os Estados Unidos: "Vai fazer o grupo crescer. São oportunidades que nem sempre aparecem. Felizmente, temos crescido a um nível que, há uns anos, tínhamos de pedir às equipas para jogarem connosco e agora somos nós a ser convidadas. Temos cada vez mais oportunidades para competir fora de Portugal e fora da Europa, e sempre que o fazemos, sentimos que crescemos como equipa. Neste momento, estamos na Liga B para o apuramento para o Mundial. Seremos equipa de pote 1, mais dominadoras na teoria, mas no play-off não podemos ser. Se não aproveitarmos agora esta oportunidade de viver contextos em que não dominamos, no próximo ano será mais difícil".
"A partir de fevereiro estaremos na Liga das Nações, e em outubro ou novembro no play-off, onde nos pode calhar uma equipa mais forte. Por isso, não fazia sentido jogarmos contra seleções abaixo de nós no ranking, que não nos dessem o estímulo competitivo que estas equipas oferecem".
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Estreias: "Temos de perceber que é um grupo de jogadoras que está a chegar pela primeira vez, com uma ideia e dinâmica de jogo muito próprias, com princípios muito parecidos aos da nossa formação. Mas a jogadora portuguesa é inteligente, adapta-se bem. O background da Alice (Marques) é muito forte, por isso estão em pé de igualdade pelo que mostram nos treinos.
"Claro que, quando para uma Tatiana ou uma Dolores dizemos “movimento 8 por fora”, elas sabem exatamente o que é; já as mais novas ainda estão a aprender a minha linguagem e a da equipa técnica. Cabe-nos a nós ajudar estas jogadoras a crescer dentro do nosso modelo de jogo".
"Em função disso, iremos dar as oportunidades que achamos que devem ser dadas. Recordo que talentos como a Andreia Jacinto e a Kika Nazareth também não jogaram 90 minutos no primeiro jogo, porque há tempo para tudo. Temos de deixá-las crescer num ambiente saudável. Jogadoras felizes são jogadoras que produzem mais".