Acompanhe as incidências da partida
Com várias estreantes, estamos perante um novo ciclo? "É o normal. As convocatórias nunca têm sido listas fechadas. Há momentos em que faz sentido manter alguma consistência, consoante as fases da época, normalmente nos particulares. E, como toda a gente sabe, com o novo calendário é muito difícil termos datas para jogos amigáveis que nos permitam observar o maior número possível de jogadoras e expô-las a grandes desafios. Nesse sentido, foi uma boa oportunidade para trazer quatro estreantes e mais três jogadoras que não estiveram no Europeu".
Oportunidade de jogar contra os Estados Unidos: "São sempre situações de oportunidade. Não é todos os dias que temos a hipótese de jogar contra uma das melhores equipas do mundo. Sentimos que é uma oportunidade que nos faz crescer. Claro que percebemos que a agenda é apertada, mas também temos de entender que há outros adversários com quem gostaríamos de jogar e que não estão disponíveis. Surgiu a possibilidade de defrontar uma das melhores seleções do mundo e aceitámos, sempre neste registo de crescimento".

"Somos uma equipa que tem procurado desafiar-se. No último ano jogámos três vezes com a campeã do mundo, enfrentámos a campeã africana e agora vamos jogar com as campeãs da CONCACAF. São desafios brutais, mas é isso que nos torna mais fortes. Acreditamos muito que podemos dar esses estímulos às jogadoras, percebendo, claro, que são desafios exigentes".
Sete jogadoras diferentes em relação ao Europeu, quatro estreias - Érica Cancelinha, Maísa Correia, Carolina Santiago e Alice Marques: "A Alice nunca foi internacional jovem por Portugal, sempre representou a França, da qual foi capitã nos escalões sub-17 e sub-19. Não era convocável por não estar disponível. Na última época tomou a decisão de representar Portugal e, a partir daí, passou a poder ser chamada. Fez sentido integrá-la neste momento".
Carolina Santiago, Érica Cancelinha e Alice Marques entre as novidades de Francisco Neto
"Em relação às outras, são jogadoras que já conhecíamos. Temos estas três agora, mas podiam ser mais. Estamos muito atentos, há muitas jovens a jogar na Liga, e esse é o nosso trabalho. São jogadoras que se destacam nos clubes e que acrescentam qualidade. Veja-se o exemplo da Lúcia Alves, que nunca passou pelas camadas jovens da seleção e esteve connosco nas grandes competições. Acima de tudo, o nosso papel é manter proximidade com os clubes e com as jogadoras".
Lesões de Carolina Mendes, Andreia Norton, Telma Encarnação e Ana Borges abriram espaço a novas jogadoras? "São jogadoras que nos dão muito, como é lógico. Infelizmente, algumas ainda nem iniciaram a época. Gostaríamos de poder contar com todas, mas isso não significa que, se estivessem disponíveis, estas jovens não estivessem convocadas. Acima de tudo, observamos o rendimento das jogadoras em função das necessidades da equipa. Acreditamos que estas jovens nos vão ajudar".
Andreia Faria e Jéssica Silva na Arábia Saudita: "É um mercado que está a abrir-se. Já se abriu mais no futebol masculino, e agora o feminino começa a ganhar espaço. O mais importante é que as jogadoras estejam felizes. A Andreia e a Jéssica estão muito contentes com as decisões que tomaram. Cabe-nos agora acompanhar e analisar esta nova liga, que está em crescimento e acreditamos que vai evoluir".
"As jogadoras têm boas condições de trabalho, estão a contribuir para o desenvolvimento do campeonato e isso faz todo o sentido. Sabemos - e elas também - que o contexto exige que estejam sempre no topo, mas não temos qualquer razão de queixa daquilo que temos vindo a observar".
Ausência de Telma: "Deixou de ter minutos"
Cenário ideal quando todas estiverem disponíveis: "O cenário ideal é poder contar com as melhores e com aquelas que estiverem em melhor forma. Existe, naturalmente, um grupo que tem estado mais tempo connosco, mas ao longo destes 12 anos as convocatórias sempre foram abertas, e é assim que deve continuar".
"É importante trazer jogadoras novas ao nosso espaço, perceber se conseguem afirmar-se e provar o seu valor. O que fazem nos clubes têm de o mostrar também na seleção. Mas temos de ter em conta o contexto em que estamos inseridos e perceber qual é o melhor enquadramento para cada jogadora. Esse é um trabalho feito em conjunto com a nossa coordenadora técnica, Marisa Gomes. É fundamental manter uma relação próxima, e tudo dependerá do que as jogadoras fizerem nos clubes".

Ausência de Telma Encarnação: "Não me cabe a mim fazer essa análise clínica ou não clínica. Sabemos internamente o motivo pelo qual não tem jogado, mas não tenho de ser eu a comunicar essa informação. A verdade é que deixou de ter minutos no clube, e por isso não faz sentido estar connosco neste momento. Continua a ser uma jogadora que observamos com atenção e esperamos que volte a competir para poder regressar às opções da seleção".