Quando os Indianapolis Colts aterraram em Berlim para a "mini Super Bowl", o glamoroso circo da NFL já tinha chegado há muito à capital. Com uma escolta policial e seis autocarros, as estrelas do futebol americano dos Atlanta Falcons dirigiram-se ao centro de treinos do Union Berlin por volta das 8:40 da manhã de sexta-feira - e o estado de emergência instalou-se imediatamente no Spree.
"Este é o próximo nível", disse o ex-jogador profissional dos Colts, Björn Werner, antes do confronto da sua antiga equipa contra os Falcons, no domingo, perante mais de 70.000 adeptos no Estádio Olímpico, no primeiro jogo da temporada regular da NFL em Berlim. Para Werner, o entusiasmo na sua cidade natal supera até mesmo as suas experiências dos anos anteriores em Munique e Frankfurt.
"Tenho a sensação de que pertence a esta cidade. E deve ficar aqui. Eles deveriam ajustar o contrato para que haja um jogo aqui todos os anos", disse o jogador de 35 anos.
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Outros jogos em Berlim estão planeados para 2027 e 2029. O local para 2026 e 2028 ainda não foi definido. No entanto, os convidados estrangeiros, que viajaram numa caravana de cerca de 100 pessoas, também ficaram impressionados com o charme da capital.
"É uma honra estar aqui", disse o técnico do Atlanta, Raheem Morris, que relembrou os feitos heroicos de Jesse Owens no Estádio Olímpico nos Jogos de verão de 1936 e se despediu com um "danke" no final da conferência de imprensa antes de se dirigir ao campo de treinos.
Ao sol da manhã de Köpenick, o quarterback dos Falcons, Michael Penix Jr., lançou alguns passes ao som de música pop, enquanto o jovem alemão Lenny Krieg conversava descontraidamente com os seus companheiros de equipa.
De acordo com Alexander Steinforth, Diretor-Geral da NFL Alemanha, o regresso da NFL a Berlim - onde já se realizaram jogos de pré-época entre 1990 e 1994 - é um verdadeiro chamariz para o público. Embora os bilhetes ainda estejam à venda por um preço entre 195 e 375 euros, prevê-se que o Estádio Olímpico esteja esgotado no domingo, com cerca de 72 000 espectadores.
Mini Super Bowl
Como explicou Brett Gosper, Diretor da Europa e Ásia-Pacífico, numa entrevista ao Münchner Merkur/TZ, a NFL considera o jogo de Berlim, tal como os jogos internacionais de Londres, São Paulo e Madrid, como uma "mini Super Bowl". E estão a fazer uma grande aposta nesse sentido. O rapper Kid Laroi actua no intervalo, o hino nacional alemão é cantado antes do jogo pelo quarteto berlinense German Gents e a artista norte-americana Norma Jean Martine interpreta "The Star-Spangled Banner".
Mas mesmo na cidade, a NFL será difícil de perder de sexta a domingo. Todas as 11equipas com direitos de comercialização para a Alemanha organizarão eventos em bares e restaurantes da cidade. Mas também pode ser mais curioso. Os Tampa Bay Buccaneers, por exemplo, estão a tomar conta de um restaurante de kebab em Mitte e a vender o "Döner Kebuc", uma mistura de kebab e sanduíche cubana.
Os Colts são os favoritos para o jogo
No estádio, entretanto, muitas coisas serão diferentes em relação aos jogos de futebol do Hertha Berlim. Os bancos foram amplamente reformados para acomodar 56 jogadores em vez dos 23 habituais no futebol. As paredes foram derrubadas e as portas alargadas para os gigantes do futebol. No total, foram reconstruídos 30 chuveiros, 10 lavatórios, 11 sanitas e 18 urinóis.
Em termos desportivos, os favoritos são claramente os Colts, com o quarterback Daniel Jones e o running back Jonathan Taylor ("Ele é um animal", diz o capitão da defesa Zaire Franklin), que surpreendentemente são uma das melhores equipas da liga, com sete vitórias e duas derrotas. "Ninguém estava à espera disto. Nem mesmo os próprios jogadores esperavam", disse Werner ao SID. O Falcons, que vinha de três derrotas consecutivas, tem três vitórias e cinco derrotas.