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FC Porto vence (2-1) Twente na primeira amostra de Farioli: eis as primeiras notas

Atualizado
O onze do FC Porto frente ao Twente
O onze do FC Porto frente ao TwenteFC Porto
O FC Porto venceu (2-1) este domingo o Twente, no Estádio do Dragão, num jogo que serviu como primeira amostra da equipa às ordens de Francesco Farioli. Apesar da boa exibição dos dragões, a partida ficou marcada pela expulsão de Unuvar e Gabri Veiga no final do primeiro tempo que afetou claramente a segunda parte. Van Bergen (51') fez um grande golo para o conjunto neerlandês, mas Samu (65'), após remate à trave de William Gomes, fez o golo do empate. Aos 90, um penálti convertido precisamente por William ditou o triunfo portista.

Recorde as incidências da partida

Nos particulares, o resultado é o que conta menos, pelo que decidimos prolongar a análise ao novo FC Porto e detalhar menos os lances desta primeira amostra da equipa de Francesco Farioli, que alinhou de início com os reforços Prpic, Frohold e Borja Sainz, mas sem o jovem Rodrigo Mora.

O onze inicial do FC Porto frente ao Twente
O onze inicial do FC Porto frente ao TwenteFlashscore

Apesar do primeiro lance de perigo ter sido do Twente, com Nehuén Pérez a desviar para o poste da baliza de Diogo Costa, o FC Porto foi superior no primeiro tempo e também acertou nos ferros, por Gabri Veiga (40'). 

O espanhol viria a ser expulso minutos mais tarde, no culminar de uma primeira parte que de amigável teve muito pouco. O árbitro Carlos Macedo adiou ao máximo o inevitável, mas a segunda parte viria mesmo a ser disputada 10 contra 10.

Nos 45 minutos restantes, o Twente adiantou-se com um belo remate de Mitchell van Bergen (51'), a passe de Verschueren, que aproveitou o atraso de Alan Varela e serviu à direita para o 1-0.

Aos 65', no entanto, Samu fez o golo do empate ao cabecear na pequena área, depois de um remate de William Gomes à trave da baliza neerlandesa. O brasileiro entrou bem na partida e acabou mesmo por ser ele a decidir o encontro (90') ao converter um penálti que o próprio sofreu.

As ideias

Mais do que voltar a ver a equipa no Estádio do Dragão, havia expectativa para perceber como iria jogar o FC Porto de Farioli. O divórcio de Martin Anselmi está mais do que superado e os portistas queriam que este romance de verão com o técnico italiano desse em relação séria ao longo da época. Os primeiros sinais, perdoem-nos o spoiler, foram positivos.

Acabaram-se os três centrais. Farioli devolveu o FC Porto ao 4x3x3, um modelo mais tradicional nos dragões e que foi utilizado na época passada por Vítor Bruno, que no final das contas da época passada terá sido um pouco injustiçado.

As armas de Farioli são novinhas em folha e aparentam ter mais potência do que as oferecidas aos seus antecessores, mas já lá vamos. Voltemos às dinâmicas, até porque o que salta à vista é precisamente a... existência das mesmas. Se com Anselmi tardou a ver-se algo de novo (e o que se viu...), com o novo treinador foi possível desde já tirar bons apontamentos para a nova temporada.

Frohold fez uma excelente exibição
Frohold fez uma excelente exibiçãoFC Porto

O FC Porto constrói baixo, junto à sua área, o que desde logo vai exigir dos centrais e de Diogo Costa, mas também de Alan Varela, que mostrou algumas dificuldades nesse papel no passado. A ideia de Farioli passa por atrair por fora, promovendo variações de flanco, muitas vezes com passes longos, para depois sair a jogar por dentro, procurando os médios interiores - Gabri Veiga e Frohold - para desbloquear as jogadas ofensivas.

Embora não seja esperado que Martim e Zaidu sejam os titulares ao longo da época, os laterais tiveram muita margem de incursão pelos flancos, até porque Borja foi muitas vezes mais avançado do que extremo e Pepê também atuou perto de Samu - o brasileiro teve bons momentos ao longo do encontro e pareceu menos amarrado do que na época passada.

E Rodrigo Mora?

O Twente ainda tentou pressionar nos primeiros 10 minutos de jogo, o que resultou numa bola ao poste da baliza de Diogo Costa, depois de um desvio de Nehuén Pérez. A equipa neerlandesa foi agressiva fisicamente, mas não num bom sentido. As quezílias não deram propriamente para uma análise defensiva. No entanto, no banco estava a maior dúvida da cabeça dos portistas.

Apesar de 45 minutos muito interessantes, a ausência de Rodrigo Mora do 11 inicial foi motivo de preocupação. O jovem talento foi titular frente ao Feirense, o que justifica o descanso nesta partida, mas ao mesmo tempo também deixa dúvidas sobre o porquê de ter jogado durante a manhã. Neste sistema, Mora poderá de ter de ser deslocado para os flancos para ser titular, mas Farioli procura extremos rápidos e que possam jogar junto à linha, pelo que o espaço ocupado por Gabri Veiga (interior esquerdo) parece ser o que melhor assenta ao camisola 86.

Prpic deixou bons indicadores com bola
Prpic deixou bons indicadores com bolaFC Porto

Os reforços

Na análise individual às caras novas, os adeptos portistas também terão ficado agradados com a primeira amostra.

É verdade que Gabri Veiga já tinha chegado no Mundial de Clubes, mas o espanhol esteve a um nível superior do que mostrou nos EUA, pelo menos até ser expulso por agressão a Unuvar. O espanhol teve protagonismo a partida da esquerda e rematou ao poste da baliza do Twente num belo remate à entrada da área.

Recuando agora no terreno, o croata Dominik Prpic deu sinais de central de equipa grande. Agressivo defensivamente (que o diga Ricky van Wolfswinkel, que também respondeu à letra), o central evidenciou confiança e muita tranquilidade sempre que teve bola no pé esquerdo e não se intimidou na condução. 

Entre as caras novas, Borja Sainz foi quem conseguiu mostrar menos atributos, não que isso signifique que fez uma má exibição. O extremo apareceu muitas vezes em zona de finalização, mas não conseguiu o remate. Ainda assim, boas movimentações que explicam o porquê de ter feito 19 golos na época passada.

Borja Sainz apareceu em zonas de perigo
Borja Sainz apareceu em zonas de perigoFC Porto

Contratação mais cara da janela portista, Viktor Frohold deixou água na boca. O camisola 8 surgiu como interior direito e fez uma primeira parte muito interessante. Agressivo no momento de pressão, é dono de uma passada larga e consegue aparecer em zonas ofensivas com muita facilidade. Além desses atributos físicos, nota ainda para a qualidade no passe longo, muitas vezes à procura do lateral do lado contrário. A aposta de 20 milhões de euros é alta, mas o potencial de retorno, pelo menos pela primeira amostra, é considerável.

Por fim, nota ainda para a entrada de Alberto Costa a 20 minutos do fim. O lateral contratado à Juventus teve projeção ofensiva e mostrou que pode fazer uma boa dupla com William Gomes, que, depois de meia época de adaptação, pode também ele ser um verdadeiro reforço para os dragões.