Só uma mentalidade e um carácter "ambiciosos e inconformistas" podem levar uma jogadora a tornar-se a melhor do mundo por duas vezes em qualquer modalidade. É assim que se exprime Aitana Bonmatí, que fala de futebol com a mesma paixão que um pai fala do seu filho. "É praticamente a minha vida", diz a jogadora do Barcelona.
"Estou grata pelos maus momentos, porque foram mesmo muitos. Toda a gente tem momentos maus na vida. Como futebolistas, também nós. Parece que o mundo se acaba e que queremos atirar a toalha ao chão, mas não é assim", explica a número 6, que foi nomeada melhor jogadora no último Campeonato do Mundo de 2023.
Aitana referiu-se a uma situação crítica que, se tivesse tido um desfecho diferente, teria mudado tudo: "Eu queria deixar o futebol e o meu pai ajudou-me a continuar, insistiu para que eu continuasse. Não via um teto e não via um objetivo. Lembro-me que foram tempos difíceis. Agora olho para trás e vejo que valeram a pena".
"Quem me diria, há alguns anos, que eu teria duas Bolas de Ouro? Tenho a sorte de ter grandes futebolistas que fazem de mim uma jogadora melhor", acrescentou Aitana Bonmatí, que fez uma autocrítica ao recordar que no passado era "muito impaciente", querendo "fazer tudo rapidamente e para agora".
As suas reflexões prosseguem: "Dizem que o futebol nos tira muitas coisas, mas o que nos dá é mais do que aquilo que nos tira. Penso que, graças a este processo de conquista gradual da titularidade, tanto no Barça como na seleção nacional, me tornei na jogadora que sou hoje e estou grata por isso".