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Este jogo tem lugar num contexto especial, com a controversa visita de Recep Tayyip Erdogan à Alemanha, na sexta-feira, na sequência da retórica do Presidente turco contra Israel, que acusou de agir como um Estado "terrorista" na sua guerra contra o Hamas.
O estádio olímpico de Berlim e os seus 74.500 lugares deverão ser frequentados por dezenas de milhares de adeptos turcos ou de origem turca, uma vez que a Alemanha alberga uma grande diáspora turca de cerca de 2,9 milhões de pessoas.
"Vai ser um jogo especial para mim", disse Gündogan, 33 anos, atualmente a jogar no Barcelona, à agência alemã de notícias desportivas SID, afiliada da AFP.

Em maio de 2018, o médio posou em Londres, ao lado de Mesut Özil, junto a Erdogan, na altura em plena campanha para a sua reeleição. Desde essa polémica, Gundogan afirmou-se como um grande jogador nos seus vários clubes (Manchester City durante 7 épocas e depois Barça a partir do verão de 2023) e, mais recentemente, na seleção germânica.
Internacional alemão desde maio de 2012, tendo jogado pelas seleções jovens alemãs desde 2009, falhou o único jogo entre a Alemanha e a Turquia disputado desde então, em 7 de outubro de 2020, em Colónia (3-3), perante 300 espectadores, devido à pandemia.
Em setembro, antes do jogo amigável contra o Japão, o selecionador alemão Hansi Flick entregou-lhe a braçadeira de capitão, uma responsabilidade que também assumiu com sucesso na época passada no Manchester City, em que levantou três troféus, incluindo a Liga dos Campeões, após uma vitória final por 1-0 sobre o Inter de Milão no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul.
Depois de Julian Nagelsmann ter substituído Flick como treinador principal no final de setembro, o técnico bávaro de 36 anos confirmou o seu compromisso.
Ligações com o Bósforo
Nagelsmann foi ainda mais longe, explicando que Gündogan seria mantido como capitão mesmo em caso de regresso à Mannschaft de Manuel Neuer, ausente por lesão (fratura da perna direita) de dezembro de 2022 a outubro de 2023, e ainda sem rodagem suficiente para esta janela internacional.
Nascido em Gelsenkirchen, no coração da região industrial alemã do Ruhr, Ilkay Gündogan ainda tem muitas ligações com o Bósforo. "O meu avô, os meus pais e outros familiares ainda vivem na Turquia, em Esmirna, e é óbvio que tenho muitos amigos lá", explica.
"Tento visitar a Turquia pelo menos uma vez por ano. Istambul é uma das minhas cidades favoritas no mundo, adoro a comida turca", acrescenta, explicando que segue os jogos da seleção turca na televisão quando pode, ou "pelo menos os melhores momentos" dos jogos.
Na qualidade de anfitriã, a Alemanha já está qualificada e não participa na fase de qualificação, que tem início em março de 2023, após o Mundial de 2022, e termina na terça-feira, com os jogos da final.
A Turquia já garantiu o seu lugar no Euro 2024, uma qualificação que não deixou Gündogan indiferente.
"Fiquei muito satisfeito quando a Turquia se qualificou para o Euro 2024 e também estou convencido de que pode ser uma boa surpresa", afirmou.
Três dias depois do jogo com a Turquia, a Alemanha desloca-se ao Ernst-Happel Stadion, em Viena, para defrontar a Áustria, também já qualificada para o Euro 2024.