Mais

Antigo presidente do Raja Casablanca detido após extradição da Alemanha

Adeptos do Raja Casablanca
Adeptos do Raja CasablancaANDREAS SOLARO/AFP
O antigo presidente do clube de futebol Raja Casablanca, de Marrocos, Mohamed Boudrika, foi detido preventivamente depois de ter sido extraditado da Alemanha, disse uma fonte judicial à AFP esta sexta-feira, com os meios de comunicação social locais a referirem suspeitas de "fraude".

Boudrika, de 41 anos, "foi extraditado para Marrocos na quinta-feira à noite e colocado em prisão preventiva na prisão de Oukacha", em Casablanca (oeste), "na sequência de uma decisão anterior de um juiz de instrução", disse a fonte judicial, que não especificou os motivos da investigação.

Este antigo deputado do Rassemblement National des Indépendants (RNI), o partido do chefe do governo Aziz Akhannouch, é suspeito de "fraude e emissão de cheques sem cobertura", segundo a imprensa local.

Antes da sua extradição, Mohamed Boudrika tinha sido detido em julho de 2024 em Hamburgo, no norte da Alemanha, na sequência de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades marroquinas, segundo as mesmas fontes.

Outro antigo presidente do Raja, Aziz El Badraoui, está detido desde fevereiro de 2024. Está a ser processado por "cumplicidade em abuso de poder" e "tráfico de influências" num processo separado, noticiou a imprensa local.

A extradição de Boudrika ocorre em simultâneo com o julgamento do antigo presidente do clube de futebol Wydad Casablanca (WAC), Said Naciri, e do antigo presidente do Conselho Regional do Oriente (leste), Abdennabi Bioui.

Estes dois antigos dirigentes do partido Autenticidade e Modernidade (PAM, liberal) - membro da coligação governamental - são acusados, nomeadamente, de "posse, comercialização e exportação de drogas" no âmbito da rede de um barão da droga maliano, Ahmed Ben Brahim, apelidado de "Pablo Escobar do Sahara", que cumpre uma pena de dez anos de prisão em Marrocos.

O processo, que teve início em maio de 2024, envolve 25 pessoas, algumas das quais são acusadas de "posse, comercialização e exportação de estupefacientes" e outras de "corrupção","falsificação" e "utilização de falsificações".

Na sexta-feira, o Naciri voltou a refutar as acusações de espoliação de bens no âmbito deste vasto processo, numa audiência perante a Câmara Criminal de Primeira Instância de Casablanca. A próxima audiência terá lugar a 9 de maio.

É a primeira vez em Marrocos que um processo envolve figuras políticas de primeiro plano acusadas num caso ligado ao tráfico de droga.