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Quando o Bayern de Munique foi eliminado de forma sensacional da Taça da Alemanha contra o Saarbrücken, da terceira divisão, há um ano e meio, o jornal Daily Star publicou alegremente a manchete: "A maldição de Harry Kane é real". Para o goleador, foi mais uma oportunidade perdida de conquistar o primeiro troféu da carreira. Mas isso não foi tudo: a lendária "maldição" continuou.
"Silenciar um par de pessoas"
Seria preciso um milagre para que Kane não conseguisse finalmente o tão aguardado título de campeão. Os bávaros têm oito pontos de vantagem a quatro jornadas do fim e podem reconquistar a Bundesliga já no sábado, caso vença o Mainz 05 e o Leverkusen não vença o Augsburgo.
Há apenas três meses, depois da vitória por 4-3 sobre o Kiel, Kane explicou o quão importante seria esse momento depois de 14 anos de carreira e mais de 500 jogos disputados.
"Há muita gente que só fala do facto de eu não ter ganho um título na minha carreira. Seria bom calar a boca de algumas pessoas", atirou sem rodeios.
Cumpriu todas as expectativas
Kane provavelmente não contava que tivesse de esperar quase dois anos para vencer no Bayern. Quando se mudou do Tottenham Hotspur para Munique por 100 milhões de euros no verão de 2023, tinha grandes esperanças de finalmente se tornar um colecionador. Um desejo em vão, tanto na Taça de Alemanha, na Bundesliga, na Supertaça ou na Liga dos Campeões. Depois do recente desaire nos quartos de final frente ao Inter de Milão, Kane chegou mesmo a chorar.
Mas não tem muito para se criticar. Até agora, o jogador de 31 anos tem correspondido às elevadas expectativas: 80 golos em 88 jogos oficiais, 60 dos quais em 60 jogos do campeonato, falam por si. Após a recente vitória por 0-4 em Heidenheim, o diretor desportivo Max Eberl foi questionado se o Bayern tinha um dever especial de finalmente realizar o grande sonho do capitão da seleção inglesa.
"Harry faz tudo sozinho. Ele marca os golos, o Harry faz tudo, nós fazemos tudo para trazer o título para Munique", respondeu Eberl.
Muito confortável
Kane já chegou há muito tempo a Munique. O internacional inglês (105 jogos/71 golos) rejeitou imediatamente os rumores de que poderia regressar a casa antes do previsto, apesar de ter um contrato até 2027.
"Não estou a pensar noutra liga ou noutro clube. O Bayern é um dos maiores clubes do mundo e é emocionante representá-lo. Quando se joga num clube como o Bayern de Munique, a pressão é grande, cada jogo é intenso e muitas equipas querem vencer-nos. Adoro isso. Fui muito bem recebido pelos adeptos, quase como se fosse um deles, e agradeço muito por isso", explicou.
Mas não são só os adeptos que gostam de Kane. Os responsáveis também estão muito satisfeitos com a sua transferência, apesar do valor recorde. E não são só os golos que impressionam. Poderia "enumerar cinco ou seis coisas", disse recentemente o treinador Vincent Kompany, "em que Harry defende bem a equipa e simplesmente desempenha um papel muito importante - também em termos de carácter".
A única coisa que falta à grande fortuna de Kane é o cobiçado título.