O Bayern anunciou esta sexta-feira que a sua parceria com o país africano, inicialmente assinada em 2023 e com duração prevista até 2028, passaria a centrar-se numa academia de jovens.
"O novo acordo deixa de ser um patrocínio comercial e passa a ser uma parceria dedicada ao desenvolvimento do futebol no Ruanda, através da expansão da Academia de Jovens do FC Bayern em Kigali", afirmou o diretor executivo do Bayern, Jan-Christian Dreesen, em comunicado.
O comunicado não menciona expressamente as razões subjacentes à mudança, mas os meios de comunicação social alemães noticiaram amplamente na sexta-feira que a decisão foi motivada por críticas resultantes da escalada do conflito.
Em fevereiro, os adeptos do Bayern ergueram uma faixa num jogo em casa dizendo que o acordo "traía os valores" do clube.
O governo ruandês foi acusado de desrespeitar os direitos humanos e de apoiar os rebeldes que lutam contra as forças governamentais no vizinho República Democrática do Congo. No início de 2025, a violência no leste da República Democrática do Congo intensificou-se.
O grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, e as tropas ruandesas apoderaram-se de Goma, a capital da província do Kivu do Norte, em janeiro, e depois de Bukavu, a capital da província do Kivu do Sul, em fevereiro. A ONU estima que milhares de pessoas tenham morrido em consequência dos ataques.
O acordo incluía a publicidade "Visit Rwanda" no estádio Allianz Arena, com capacidade para 75.000 espectadores, e substituiu um acordo controverso com o Catar, que também foi criticado pelos adeptos do clube. Na sequência das críticas ao anterior acordo, o Bayern enviou pessoal ao Ruanda para avaliar a situação no terreno. O novo contrato é válido até 2028.
O Arsenal, equipa da Premier League, e o Paris Saint-Germain, vencedor da Liga dos Campeões, também foram alvo de críticas por acordos de patrocínio semelhantes com o Ruanda.