De facto, o Bochum foi praticamente descartado antes do jogo. Não há pior equipa na Bundesliga esta época em terreno alheio. Até sábado, o Bochum tinha perdido nove de 12 jogos e conquistado apenas cinco pontos, o menor número de todos. E muito menos quando se trata de um jogo na Allianz Arena, em Munique, onde o Bayern, pelo contrário, tem esmagado um adversário atrás do outro e perdeu apenas um empate numa dúzia de jogos.
É também por isso que as casas de apostas tinham escrito probabilidades de 1,15/1 para uma vitória amplamente esperada, que caiu ainda mais para o ponto de congelamento depois de a equipa da casa ter saltado para uma vantagem inicial de dois golos (e isso foi antes de os visitantes terem superado a penalidade de Gnabry, que o internacional alemão não conseguiu converter). Nessa altura, as probabilidades de sucesso dos visitantes subiram para uns bizarros 180:1. Deu certo. O Bochum reduziu, o Bayern perdeu o suspenso Palhinha e marcou mais dois golos na segunda parte com dez homens.
Perder uma vantagem de dois golos em casa, a última vez que isto aconteceu ao grande clube de Munique foi em abril de 1982 contra o Hamburgo (3-4). No entanto, ao contrário do Bochum, este não lutou pela salvação... As comemorações dos 125 anos da fundação do clube não poderiam ter sido piores... O único consolo para o Bayern é que o técnico Vincent Kompany deixou a maioria dos seus pilares descansar antes da partida de volta das quartas-de-final da Liga dos Campeões em Leverkusen, e a defesa experimental de Ito, Dier, Stanisic e Boey provavelmente nunca mais será repetida.
Até sábado, o Bochum só havia vencido o Bayern de Munique em agosto de 1991, e poucos jogadores do atual elenco estavam na época. No total, foram 37 vitórias, com três derrotas claras nas últimas três visitas, com um placar de 0-17... "É incrível, um sonho que se tornou realidade. É quase impossível de descrever. "Há alguns anos, eu próprio jogava na quarta divisão croata. E agora ajudei a derrotar a melhor equipa da Europa", admirou-se o defesa croata Jakov Medic, autor do golo da vitória por 1-2.
O treinador dos derrotados, Vincent Kompany, manteve a calma. "Até agora, sempre fomos capazes de reagir positivamente às derrotas. É importante aceitar as críticas, mas temos de nos concentrar mais na nossa reação no próximo jogo", afirmou. E esse jogo será nada menos do que enfrentar o maior rival do país, o Leverkusen, por uma vaga nas quartas-de-final da Liga dos Campeões.
