Pequenas correções em vez de uma linha dura – alívio entre os adeptos: após semanas de discussões sobre a segurança nos estádios, a política optou, para já, por não implementar medidas radicais e, em alternativa, exige maior responsabilidade por parte dos clubes na Alemanha. Não haverá bilhetes personalizados nem reconhecimento facial; quanto ao delicado tema das proibições de acesso aos estádios, será criada uma comissão independente.
Estas decisões foram tomadas na Conferência dos Ministros do Interior (IMK) em Bremen, sendo que os protestos das claques organizadas e das associações parecem ter surtido efeito.
"Chegámos a um rumo claro: diálogo em vez de confronto. Juntamente com os clubes e os adeptos, partilhamos o interesse comum de garantir que as pessoas se sintam seguras no estádio", afirmou Ulrich Mäurer (SPD), senador do Interior de Bremen e presidente da IMK, na conferência de imprensa de encerramento, esta sexta-feira, no Parkhotel de Bremen.
Relativamente às proibições de acesso aos estádios, será criada "uma comissão central, independente e nacional para definir padrões uniformes. Regras claras, procedimentos transparentes – isto traz mais segurança jurídica para todos."
Desde quarta-feira, os ministros do Interior federais e estaduais reuniram-se na cidade hanseática. No tema controverso da pirotecnia, não houve decisões; o ponto de discussão só voltará à ordem do dia no próximo encontro, em junho. O trabalho continuará a ser feito "com sensibilidade", garantiu Mäurer: "Uma minoria utiliza os estádios como palco para a violência e prejudica a maioria pacífica. Vamos agir contra isso – mas com ponderação e em diálogo com todos os envolvidos."
Responsáveis de segurança passam a ser obrigatórios
A Liga Alemã de Futebol (DFL) já tinha decidido, na quinta-feira à noite, antecipando as decisões da IMK, implementar medidas adicionais para "reforçar a segurança" nos estádios alemães. Assim, os clubes da Bundesliga vão aumentar o número de elementos de segurança e apostar numa melhor qualificação dos mesmos. Também o número de responsáveis pelo acompanhamento dos adeptos será reforçado.
Com estas decisões, o futebol profissional alemão assume "a responsabilidade por uma experiência segura no estádio e por uma cultura de adeptos vibrante", comunicou a DFL: "Além disso, cria-se a base para uma nova redução das horas de serviço da polícia (...)". Este último ponto era uma das principais preocupações e um dos 78 pontos da ordem de trabalhos da 224.ª reunião da IMK em Bremen.
Concretamente, cada clube terá de empregar, no futuro, um diretor de eventos e, pelo menos, um responsável de segurança a tempo inteiro, sendo que, no caso dos clubes da Bundesliga, o número mínimo será de dois.
Antes da IMK, os adeptos protestaram durante semanas contra o reforço das medidas de segurança nos estádios alemães. Também a DFL, a DFB e os clubes rejeitaram o endurecimento significativo das regras de acesso aos estádios discutido pela política.