“Não foi uma reação precipitada”, afirmou o diretor desportivo Simon Rolfes, apontado como principal impulsionador da agora falhada contratação de ten Hag: “Tivemos a sensação de que não estávamos a seguir na direção certa. Antes de acabarmos no destino errado, decidimos agir cedo. Quando se percebe que algo não funciona, é preciso intervir. Foi o que fizemos”, disse Rolfes. “Acreditamos firmemente na qualidade da nossa equipa e faremos tudo para, numa nova configuração, dar os próximos passos no nosso desenvolvimento".
Na história da Bundesliga, nenhum clube tinha despedido tão depressa um treinador contratado apenas no verão. Ten Hag ultrapassa assim Helmut Senekowitsch (Eintracht Frankfurt) e Heinz Elzner (Nuremberga), que resistiram cinco jogos (fonte: Sportec Solutions). O trabalho com a equipa será assumido provisoriamente pela equipa técnica adjunta.
Será que vem aí o próximo grande nome?
Como possíveis sucessores de ten Hag, que tinha contrato até 2027, são apontados o espanhol Xavi e Marco Rose. Até em Inglaterra a saída do antigo treinador do Manchester United foi noticiada. “Bay Bye”, ironizou o The Sun.
Apenas 505 dias após a conquista do primeiro título de campeão, em abril do ano passado, a direção do Bayer reconhece, com a saída de ten Hag, erros graves de gestão. “Uma separação tão cedo na época é dolorosa, mas considerámos necessária”, disse o diretor executivo Fernando Carro: “O nosso objetivo continua a ser alcançar as metas da temporada, para isso precisamos das melhores condições possíveis, em todos os níveis e em todo o setor profissional. Agora trata-se de voltar a criar e a aproveitar plenamente essas condições".
Desentendimentos com a direção e os jogadores
Após uma exibição irregular na Taça da Alemanha contra o modesto SG Sonnenhof Großaspach (4-0), a equipa continua sem vencer no campeonato. O mal-estar aumentou: à derrota inicial contra o Hoffenheim (1-2) seguiu-se o empate em Bremen (3-3), onde o Leverkusen, mesmo em superioridade numérica, desperdiçou uma vantagem de dois golos.
O Bayer está em plena fase de transformação. Vários pilares da época da dobradinha de 2024, como Florian Wirtz, Jonathan Tah, Granit Xhaka, Jeremie Frimpong ou Lukas Hradecky, foram autorizados a sair pela direção liderada por Rolfes. Ten Hag teve de compensar as saídas em pouco tempo e construir uma nova equipa com vários reforços. Nesta fase difícil, surgiram rapidamente desentendimentos com os dirigentes e com os jogadores.
De segunda opção a curta passagem
O sucessor de Alonso chegou a Leverkusen com vasta experiência. Conduziu o Ajax de Amesterdão surpreendentemente até às meias-finais da Liga dos Campeões, mas no Manchester United, de julho de 2022 a outubro de 2024, não conseguiu corresponder às expectativas e acabou despedido antes do previsto.
Em Leverkusen, ten Hag foi considerado a segunda escolha. O alvo principal era o espanhol Cesc Fàbregas, que no entanto preferiu continuar no Como 1907, da Serie A italiana. Agora, a procura por treinador recomeça do zero.