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Altos e Baixos: Haaland não pára de marcar golos e a estrelinha de Rúben Neves

Haaland em destaque na seleção
Haaland em destaque na seleçãoČTK / NTB Scanpix / Fredrik Varfjell

A pausa internacional não significa uma pausa na constante marcação de golos para Erling Haaland. Rúben Neves vai recordar o seu golo para o resto da vida e Lucas Bergvall tem de esquecer o seu falhanço o mais rapidamente possível. Os jogadores das Ilhas Faroé alcançaram um sucesso sem precedentes, enquanto São Marino terminou com uma goleada à moda antiga.

Alto: Erling Haaland

Será que ele é mesmo “o homem”? O gigante norueguês desperdiçou duas grandes penalidades no confronto com Israel, mas terminou o jogo com três golos marcados. Acaba de ultrapassar a marca simbólica dos 50 golos pela seleção nacional e fê-lo em apenas 46 jogos.

Nenhum jogador na história atingiu tal feito tão rapidamente, nem mesmo alguns dos maiores ícones do futebol mundial, como Messi, Ronaldo, Neymar ou Kane. E a lista de feitos não fica por aqui: Haaland tem sido implacavelmente eficaz nos últimos tempos, tanto pela seleção como pelo clube. Marcou em 17 dos seus últimos 19 jogos, incluindo uma partida em que fez cinco golos.

Baixo: São Marino

Duas derrotas em dois jogos não surpreendem quem acompanha o desempenho de São Marino. Mas neste estágio de outubro, a seleção tem sofrido a triplicar. Primeiro, porque concedeu 14 golos em apenas duas partidas, algo que não acontecia há quatro anos. Depois, porque voltou a ficar em branco, apesar de ter criado algumas oportunidades. No jogo frente a Chipre, os anfitriões podiam ter ido para o intervalo com um empate a um golo, mas numa ocasião de sonho, Filippo Berardi acabou por se atirar à baliza em vez de à bola, caindo de forma dolorosa.

O paradoxo do atual sistema de qualificação da UEFA faz com que São Marino precise perder por alguns golos diante da Roménia, em novembro, para “ajudar” os seus rivais a garantirem o segundo lugar do grupo. Essa combinação improvável poderia, curiosamente, dar à seleção san-marinhense uma oportunidade de seguir através da Liga das Nações.

Alto: Ilhas Faroé

Outra pequena seleção nacional continua a surpreender o mundo do futebol. Há menos jogadores de futebol nas Ilhas Faroé do que num único bairro de Praga, e, ainda assim, no domingo, os Farriers conseguiram o impensável: venceram a República Checa em casa por 2-1.

É verdade que os visitantes estiveram muito aquém das expectativas e ofereceram o golo decisivo após um erro, mas o feito das Ilhas Faroé não pode ser ignorado. Trata-se da terceira vitória consecutiva, algo inédito na sua história, depois dos triunfos sobre Gibraltar e Montenegro. Em três jogos, marcaram sete golos e sofreram apenas um. Ontem, praticamente condenaram os checos ao play-off e subiram ao terceiro lugar do grupo. A única nota menos positiva é que as hipóteses de chegar à fase de repescagem já se esgotaram.

Baixo: Lucas Bergvall

A derrota por 0-2 frente à Suíça acabou por sepultar os sonhos da Suécia de chegar ao Campeonato do Mundo, apesar de os helvéticos não terem realizado uma exibição particularmente inspirada. Para além da avalanche de críticas que recaiu sobre o selecionador Jon Dahl Tomasson, o encontro ficará marcado também para um jogador do Tottenham. Logo a abrir a segunda parte, teve a oportunidade de colocar os suecos em vantagem, mas, com a baliza escancarada, tropeçou de forma embaraçosa na bola, desperdiçando uma ocasião de ouro.

Alto: Rúben Neves

Quem também esteve à beira da ignomínia foi Portugal, que lutou sem sucesso durante largos minutos para quebrar a resistência da Irlanda na noite de sábado. Os grandes favoritos, no Estádio José Alvalade, bateram com a cabeça contra uma parede chamada Caoimhin Kelleher, guarda-redes que ainda defendeu um penálti de Cristiano Ronaldo a um quarto de hora do fim.

Mas o herói acabaria por ser Rúben Neves, que nunca tinha marcado um golo pela seleção nacional. Nos instantes finais, assinou o tento decisivo, garantindo a suada vitória por 1-0. Na celebração, baixou as meias e revelou uma tatuagem em homenagem ao seu amigo, o tragicamente falecido Diogo Jota. Nada mais precisava de ser dito.

Baixo: Sérvia

Podem escrever-se livros sobre as relações entre a Sérvia e a Albânia e é impossível fugir à geopolítica deste confronto. Para os sérvios, este jogo tinha um peso especial: era apenas a segunda vez que recebiam os albaneses em casa, e vencer o rival histórico era quase uma questão de honra, especialmente depois da derrota de há uma década.

Mas a história acabou por sorrir à Albânia, que, apesar de não ter conseguido impor plenamente o seu potencial ofensivo, marcou o único golo da partida mesmo antes do intervalo, por intermédio de Rey Manaj. Esse lance não só selou a vitória albanesa, como também ditou o destino dos sérvios, que acabariam por perder o seu selecionador poucos jogos depois e, agora, parecem já olhar para o Mundial de 2030 como um novo ponto de partida.