É uma das maiores questões do futebol atualmente. O jogador de 40 anos foi expulso diretamente por ter atingido Dara O’Shea com o cotovelo, num ato de frustração, na derrota por 2-0 frente à República da Irlanda, em jogo de qualificação para o Mundial.
Ronaldo foi dispensado dos trabalhos da equipa, enquanto os seus colegas de equipa golearam uma Arménia bastante mais frágil por 9-1, no último jogo da pausa internacional de novembro. Então, será que Portugal é melhor com ou sem o seu maior jogador de sempre?
O que dizem os números?
A nível individual, o antigo avançado do Manchester United, Real Madrid e Juventus é o melhor futebolista internacional de sempre, mesmo sem muitos troféus, com 143 golos e 37 assistências em 226 jogos. Com estes números, é difícil acreditar que se questione se Roberto Martinez deveria deixá-lo de fora antes do sexto Mundial consecutivo, mas esta discussão já aconteceu, nomeadamente em 2022.
Quando Ronaldo saiu do United, e se colocava a mesma questão a nível de clubes, ele foi suplente no jogo dos quartos de final do Mundial frente a Marrocos, que Portugal perdeu por 1-0, após uma série de exibições apagadas. Muitos pensaram que seria o fim da sua carreira internacional. Enganaram-se. Ronaldo voltou a mostrar o seu valor e, desde o Mundial-2022, marcou 25 golos em 30 jogos em todas as competições.
Portugal disputou 36 jogos nesse período, o que significa que Ronaldo falhou seis. Nos jogos em que participou, Portugal apresenta uma percentagem de vitórias de 70% e uma média de 2,2 golos por partida.
Sem Ronaldo, essa percentagem desce para 66,6%, embora a equipa de Martinez tenha conseguido aumentar a média de golos por jogo para 4,8, o que é uma diferença significativa.
Claro que seis jogos é uma amostra muito reduzida, por isso os números podem ser influenciados, como aconteceu com o triunfo por 9-0 frente ao Luxemburgo. É curioso que Portugal tenha conseguido marcar nove golos em duas ocasiões diferentes sem Ronaldo.
Quem pode assumir o lugar de Ronaldo?
Portugal não tem uma tradição de grandes avançados centro além de Ronaldo, e o plantel atual não oferece muitas alternativas. Seria impossível substituir diretamente um jogador com 143 golos internacionais. Gonçalo Ramos, do PSG, tem impressionado sempre que teve oportunidade de jogar. Marcou um golo e fez uma assistência na vitória sobre a Arménia e tem um registo interessante pela seleção, com 10 golos em 22 jogos.
Rafael Leão é outra opção. O avançado do AC Milan tem qualidade inegável, mas a irregularidade impede-o de atingir o patamar de elite. Além disso, é mais extremo do que ponta-de-lança, ao contrário de Ronaldo ou Ramos.
Talvez Cristiano Ronaldo Jr venha a ser o sucessor do pai, quem sabe!
Conclusão
Tudo indica que Portugal é uma equipa mais forte com Ronaldo, mas isso não deve desviar a atenção do facto de que é fundamental preparar o futuro sem ele da melhor forma possível.
O próprio Ronaldo já admitiu que o próximo ano será a sua última grande participação pela seleção. Só depois disso saberemos realmente o nível de Portugal sem ele.
