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Com a qualificação ao virar da esquina, um triunfo sobre os magiares igualaria o melhor arranque de sempre dos lusos numa qualificação para o Campeonato do Mundo, que pertence aos magriços de 1966. Para isso Roberto Martínez, que não podia contar com os dispensados Gonçalo Inácio e Rafael Leão, apostou em Nélson Semedo e Renato Veiga, em comparação ao onze que venceu a Irlanda (1-0).
A batuta do mágico, o espírito do 21 e o monstro que é o número 7
Os húngaros visitavam Lisboa para matar o borrego e vencer a equipa das quinas pela primeira vez na sua história, enquanto procuram a primeira presença num Mundial desde 1986. Depois de um primeiro aviso deixado por Ronaldo de meia distância, Diogo Costa teve de entrar em ação para evitar o golo de Roland Sallai. No entanto, no canto resultante, Szoboszlai levantou com grande categoria ao segundo poste, o guardião falhou a interceção e Atilla Szalai venceu o duelo ao segundo poste para inaugurar o marcador, aos oito minutos.
Apesar de dominar a posse de bola, Portugal não estava a jogar bem. Prova disso foi um livre em posição promissora, em que Nuno Mendes e Cristiano Ronaldo se atrapalharam e o lance perdeu-se de forma algo cómica. Porém, quando Vitinha pegou na batuta no mágico minuto 21 (número de Diogo Jota), encontrou Nélson Semedo na área e o lateral arranjou espaço para armar um remate cruzado com Ronaldo a aparecer no sítio certo para restabelecer o empate. O capitão isolou-se como melhor marcador em qualificações para o Mundial.
Com o eco das bancadas a juntar-se à equipa, parecia que a seleção iria embalar para uma remontada, mas a Hungria não baixou os braços e quase voltava a gelar Alvalade por duas vezes. Num canto, Bolla rematou de primeira da entrada da área bem perto do poste e, depois, Barnabás Varga apareceu completamente sozinho para finalizar dentro de área, acertando na figura de Diogo Costa. Num momento bizarro, Bruno Fernandes bem pôde suspirar de alívio quando só viu o cartão amarelo depois de pontapear deliberadamente um adversário e vai falhar a visita à Irlanda.
Os húngaros viram-se obrigados a mexer por lesão de Andrés Shafer - entrou Alex Tóth -, numa altura em que os portugueses aumentavam a pressão antes do descanso. Já em cima do apito para o intervalo, Nuno Mendes bateu um cruzamento de primeira com arco e um lacinho de prenda, que encontrou Cristiano Ronaldo completamente sozinho ao segundo poste, com o monstro dos golos a rematar de primeira para assinar a reviravolta. Golo número 143, bis do Cris e palavras para quê?
Gerir e desperdiçar até o balde gelar
Sem alterações ao intervalo, a seleção portuguesa voltou com vontade de fazer o terceiro e arrumar com a indecisão, mas Balász Tóth estava atento para negar Pedro Neto. Depois disso, seguiram-se uns minutos de jogo partido, de ataque e contra-ataque que deixaram mossa em alguns jogadores. Ainda antes das alterações, Rúben Dias quase fez o golo da carreira num remate do meio da rua ao poste e, no mesmo minuto, Bruno Fernandes acertou precisamente no mesmo sítio, mas já depois de uma estirada magnífica de Tóth.
Palhinha, João Félix e Francisco Conceição renderam Rúben Neves, Pedro Neto e Bruno Fernandes. No primeiro lance em campo, o espalha brasas desequilibrou sobre a direita, levantou para a área e Félix cabeceou para uma grande defesa de Tóth. Apesar disto, a Hungria ia crescendo em contra-ataque somando lances perigosos na área de Diogo Costa e quase chegava ao empate quando Roland Sallai tentou o chapéu do meio-campo, que saiu um pouco ao lado.
Ao mesmo tempo que chegam notícias do golo da Irlanda sobre a Arménia, os magiares estiveram muito perto de estragar a festa do apuramento. No seguimento de um livre, o cruzamento de Kerkez encontrou Attila Szalai novamente sozinho, mas desta vez o defesa acertou na trave e Rúben Dias apareceu no sítio certo para afastar o perigo. Na resposta, Vitinha testou a meia distância com um remate forte que saiu perto do poste.
Ronaldo e Nuno Mendes deixaram o campo sob uma ovação de pé para as entradas de Gonçalo Ramos e Nuno Tavares. Portugal tinha espaço para atacar, mas optou por recuar e permitir que a Hungria crescesse nos últimos minutos da partida. Já em tempo de descontos, Nuno Tavares recuou em demasia e permitiu um cruzamento rasteiro, Lukácz simulou e tirou Rúben Dias do lance e a bola encontrou Szoboszlai completamente sozinho ao segundo poste, que só teve de encostar para gelar Alvalade.
O apuramento fica adiado para as últimas duas jornadas, com uma visita à Irlanda, no dia 13 de novembro, e o último jogo marcado para dia 16, frente à Arménia, no Estádio do Dragão.
Melhor em campo Flashscore: Dominik Szoboszlai (Hungria).