Mesmo agora, pode dizer-se que continua a ser um dos prémios mais subjetivos, uma vez que não existe um sistema em que, por exemplo, sejam atribuídos pontos ao longo de uma época, por métricas como golos marcados, defesas realizadas, contribuições defensivas, etc.
Bola de Ouro continua a ser extremamente subjetiva
Assim, seria criada uma espécie de tabela, em que quem tivesse acumulado mais pontos seria, portanto, merecedor da Bola de Ouro e, essencialmente, do título de melhor jogador do mundo.
As discussões sobre a votação tática e outras poderiam ser interrompidas de um momento para o outro.
No entanto, na ausência de um sistema deste tipo, os troféus conquistados tendem a ser um barómetro para saber quem poderá estar na corrida, e a conquista da Liga dos Campeões tem muitas vezes feito pender a balança a favor de um jogador.
Dembélé é o favorito há muito tempo
Para muitos, Ousmane Dembélé, do Paris Saint-Germain, é o favorito ao prémio deste ano.
Depois de alguns anos pouco animadores no Barcelona, em que alternou bons e maus momentos, o campeão do mundo francês explodiu sob o comando de Luis Enrique na capital francesa.
35 golos e 16 assistências em todas as competições em 2024/25 foi facilmente o melhor rendimento da sua carreira, e não há qualquer dúvida de que foi o talismã do PSG na sua melhor época de sempre.
Não só conquistaram a Liga dos Campeões pela primeira vez, como também venceram a Ligue 1, a Taça de França e o Trophée des Champions.
No entanto, o fracasso na final do Mundial de Clubes - um jogo em que também esteve praticamente anónimo - pode vir a prejudicá-lo.
O PSG era o grande favorito para terminar a época da melhor maneira possível, mas Dembélé e os seus companheiros de equipa não corresponderam.
Vitinha também tem fortes argumentos
Embora a Bola de Ouro tenha sido quase sempre entregue a um avançado - a vitória de Rodri na última edição contrariou essa tendência -, o português Vitinha, do PSG, também deve poder reivindicar este ano.

Vitinha não só foi o ponto de apoio em muitos jogos em 24/25, incluindo a vitória recorde sobre Inter na final da Liga dos Campeões, mas também ajudou Portugal a conquistar uma épica Liga das Nações, marcando no desempate por grandes penalidades para superar a Espanha.
Dada a forma como tem comandado efetivamente o jogo pelos Parisiens, certamente não pode ser descartado apenas por causa do último resultado e desempenho.
Será que Cole Palmer pode reivindicar o prémio?
Um dos jogadores que se destacou no Mundial de Clubes foi Cole Palmer, cujos dois golos praticamente idênticos na final colocaram o Chelsea no controlo total desse jogo, enquanto a sua assistência para João Pedro deixou o jogo seguro antes do intervalo.
O internacional inglês certamente não pode dizer que teve a melhor temporada a nível nacional. No entanto, uma vitória no Mundial de Clubes, somada a um título da Liga Conferência, deve torná-lo, no mínimo, um candidato.
É claro que aí entramos na complicada discussão sobre se existe algum tipo de "antiguidade" em termos de conquistas de troféus, o que elevaria as pretensões de um jogador em relação a outro.
Por exemplo, a Liga Conferência, com todo o respeito, não é necessariamente vista como um grande troféu europeu, da mesma forma que a Liga Europa ou a Liga dos Campeões.
E o que dizer da Premier League, a chamada "melhor do mundo"?
47 participações em golos de Mohamed Salah
Será que as 47 participações em golos de Mo Salah na principal divisão inglesa, numa época em que o Liverpool conquistou o título, contam para alguma coisa?

É discutível que não houve um único jogo em que o Rei Egípcio não tenha deixado a sua marca, exceto talvez a final da Taça da Liga, que foi perdida para o Newcastle, e que pode prejudicar as suas hipóteses.
O talento continental de Raphinha e Lamine Yamal
Parece que muita gente já falou anteriormente das hipóteses da dupla do Barcelona, Raphinha e Lamine Yamal, também.
A um passo de chegar à final da Liga dos Campeões, depois de dois duelos épicos nas meias-finais contra o Inter, o fracasso do Barcelona nesta competição, apesar da dobradinha na Liga e na Taça de Espanha, poderá ser um fator negativo.

O brasileiro terminou a época com 34 golos e 25 assistências (18G, 9A na LaLiga), tendo capitaneado a equipa durante largos períodos, enquanto o jovem sensação de 18 anos contribuiu com 18 golos e 25 assistências, para além de alguns momentos de grande brilhantismo.
Na verdade, em termos de qualidade de alguns momentos individuais durante a temporada, Lamine pode reivindicar fazer o quase impossível parecer rotina.
Será que as sensações que ele gera nos momentos em que o assistem significam alguma coisa num cenário como o da Bola de Ouro, ou é apenas a conquista de troféus que dá aos jogadores o direito de sonhar com o troféu dourado?
Quem será o último homem de pé?
Como todos os anos, é provável que haja muita discussão sobre as razões pelas quais um determinado jogador deve ganhar o prémio, mas, em última análise, apenas um o fará. A questão é: quem?
