"Estas duas coisas, café e pipocas, custam 20 dólares". O tom deste adepto americano do Inter, acompanhado pela sua filha pequena, não é de resignação, espanto ou desânimo perante a elevada despesa.
Pelo contrário, é o de uma pessoa conhecedora, habituada a certos preços. Sobretudo dentro de um complexo desportivo americano.
É este o preço de um dia no estádio
Estes preços estão desfasados em relação ao que a maioria dos europeus está habituada. Por isso, se está a pensar assistir a um jogo do próximo Mundial nos Estados Unidos, que, diga-se de passagem, também envolverá o México e o Canadá, prepare-se. Não só para planear a viagem, mas também para suspirar fundo antes de meter a mão na carteira.
Porque quando se entra num estádio como o de Los Angeles ou o de Seattle, que o Flashscore visitou, cada respiração terá um preço - e o custo elevado não tem a ver com o bilhete.
Sanduíche $19, cerveja $15
Os preços, não só para comprar um bilhete, mas também para beber e comer dentro do estádio, não são preços típicos. E os adeptos que chegaram de Itália perceberam-no bem.
Um casal de adeptos Nerazzurri mal consegue acreditar, lutando com uma pequena hemorragia diária: "Viemos para os jogos em Seattle. Objetivamente, 15 euros por esta cerveja que custaria dois euros em Itália... estamos um pouco fora do mercado".
A inflação dos últimos anos foi um golpe para as famílias americanas, mas, para os europeus, a diferença tornou-se ainda mais pesada com o passar do tempo, em parte devido a uma taxa de câmbio euro-dólar que deixou de ser vantajosa para os turistas do continente.
Uber para ir ao estádio, bilhetes e uma cerveja, a conta pode chegar a 150 dólares. A normalidade transforma-se, assim, em luxo. "Nos últimos dias", continuam os dois adeptos nerazzurri, "encontrámos um parque de estacionamento que pedia 40 dólares por uma hora. Mas também o pequeno-almoço, as bebidas e a comida, tudo caro".
Experiências alternativas
Na verdade, a experiência dos adeptos nos EUA pode ser para todos os orçamentos. Dependendo da forma como se organiza a visita ao estádio. Se decidir dar uma espreitadela na loja, como o adepto acompanhado pela filha, a despesa pode ir até aos 400 dólares: "Acho que hoje vou gastar mais ou menos essa quantia, 200 dólares cada".
Se depois se decidir fazer uma grande aposta, nem sequer tão grande, comprando um lugar não muito longe do campo, a fatura ultrapassará os mil dólares. Foi por essa quantia que esta família, na foto, veio do Canadá para assistir ao jogo do Inter contra o Urawa Red.
"Os bilhetes custaram pouco mais de mil, e depois há tudo o que vamos comprar aqui... mas pela nossa equipa", diz o pai em inglês, "fazemos isto e muito mais".
Um sonho "inesquecível"
Mil dólares só para entrar no estádio, 250 "big bucks" para cada um. E para comer e beber? "Não sei, provavelmente mais duzentos ou trezentos dólares. Vamos ver".
O Campeonato do Mundo sempre foi um sonho, mas se não fizer bem as contas antes de partir, pode transformar-se no seu pior pesadelo. Se decidir ir, o conselho é simples: respire fundo e pare de pensar na sua carteira.
Pode não ser um sonho barato, mas será certamente, em todos os sentidos, inesquecível.
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