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Fim de ciclo: Depois da explosão de Lautaro Martínez, é a vez de Chivu reconstruir o Inter de Milão

A solidão do número 10 do Inter, Lautaro Martínez
A solidão do número 10 do Inter, Lautaro MartínezBUDA MENDES / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
A eliminação frente ao Fluminense marca o fim de uma era no Inter de Milão e o capitão, Lautaro Martínez, não fez concessões: "Quem não quiser ficar, que saia". Agora, os nerazzurri terão de partir da necessidade de recuperar o sentido de pertença e a ambição, lembrando que o principal objetivo deve ser o campeonato.

A eliminação nos oitavos de final do Mundial de Clubes frente ao Fluminense marca para o Inter, não só uma saída abrupta da competição, mas também o fim definitivo de um ciclo.

O primeiro a aperceber-se disso, há algum tempo, foi Simone Inzaghi que, não por acaso, decidiu virar a página, aceitando a proposta do Al Hilal e optando assim por deixar Milão depois de quatro épocas, em que levou o clube de volta ao topo do futebol europeu. E o seu presente, agora, está nos quartos de final da competição, depois de ter eliminado o Manchester City de Pep Guardiola.

O presente do Inter, porém, chama-se Cristian Chivu, chamado a reconstruir ou, talvez, a revolucionar a equipa. E sim, porque é evidente que algo está partido. Até Lautaro Martinez, capitão e símbolo da equipa, o disse, sem meias palavras, no final do jogo contra o Flu.

"Quem não quiser ficar aqui tem de sair. Nesta equipa é preciso querer ficar, no lugar para onde trouxemos o Inter e onde temos de continuar a fazer com que fique. Não estou a citar nomes, mas vi muitas coisas de que não gostei", afirmou o capitão.

Não citou nomes, mas a referência a Hakan Calhanoglu, até há pouco tempo o líder indiscutível do meio-campo nerazzurri, é clara: "O que posso dizer como capitão é que quero lutar por objetivos importantes, nos últimos anos trouxemos a equipa de volta ao topo. Temos de fazer um reset, não só eu, mas todos, senão não vamos a lado nenhum".

Sentimento de pertença

Palavras que pesam como uma pedra sobre o futuro do Inter e que soam como um apelo à união e ao sentido de pertença, mas também como uma tomada de posição em relação a uma campanha que terminou sem troféus.

"Foi uma época longa e cansativa, feita de muitos golpes", acrescentou o avançado argentino. "Ficámos com zero títulos e temos de recomeçar da melhor maneira possível no próximo ano", disse.

Uma advertência, mas também uma análise lúcida e lúcida: o Inter, para competir em alto nível na Europa, precisa de jogadores fortemente ligados à camisola.

Porque o fosso económico com as principais potências do continente - Manchester City, Paris Saint-Germain, Real Madrid... - continua a ser significativo e a única forma de o reduzir é construindo uma verdadeira equipa, coesa e convencida das suas próprias possibilidades, como aquela que, com Inzaghi no banco, chegou ao fundo da competição mais importante do mundo.

A reconstrução

Agora é tempo de fechar, pelo menos durante algumas semanas. As férias de verão servirão para recuperar energias e refletir, mas a partir do final do mês volta-se ao trabalho, que terá necessariamente de recomeçar a partir do campeonato. O objetivo principal, de facto, deve ser o título nacional.

Porque se é verdade que o Inter continua a ser um dos poucos clubes italianos capazes de ter um plantel competitivo para vencer na Serie A e fazer boa figura na Europa, é igualmente verdade que devemos estar conscientes da importância das taças, mas também do risco de chegar a junho de mãos vazias.

A reconstrução foi confiada, como dizíamos, a Chivu, que foi chamado a tirar o máximo partido das qualidades dos que ficam e dos que chegam para reforçar a sua equipa: terá de fazer passar a mensagem do capitão e construir um grupo disposto a sacrificar-se, a suportar a pressão e a fazer face a um mercado que - em termos de chegadas, mas também e sobretudo em termos de saídas - poderá mudar radicalmente a face do balneário.

Lautaro não mencionou nomes, mas traçou uma linha clara: a futura equipa do Inter de Milão terá de ser composta por jogadores que sintam a camisola e tenham o desejo de representar o clube ao mais alto nível, porque, afinal, ainda estamos a falar da equipa que foi duas vezes vice-campeã europeia nas últimas três épocas. Só assim se poderá realmente abrir um novo ciclo.

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