O reino do Golfo recebeu o direito de organizar o Campeonato do Mundo num congresso da FIFA, em dezembro, apesar das preocupações sobre o seu historial em matéria de direitos humanos, os riscos para os trabalhadores migrantes e a criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo.
O processo seguido pela FIFA foi também criticado pela federação norueguesa de futebol, mas Infantino explicou esta sexta-feira, em Belfast, a decisão.
"Houve uma decisão do Congresso, que uniu o mundo inteiro. Penso que foi um passo muito positivo para o futebol, que em oito anos trouxe o futebol de todo o mundo, acolhendo toda a gente. Temos de trazer toda a gente para a mesa. Vamos à América do Norte em 2026, agora vamos à América do Sul, vamos a África, vamos à Europa em 2030. Voltaremos à Ásia em 2034. O Congresso da FIFA aprovou isso, depois de um relatório exaustivo sobre tudo isto", explicou.
Infantino também enfrentou perguntas sobre o seu relacionamento com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua família.
A filha de Trump, Ivanka, esteve envolvida no sorteio do Campeonato do Mundo de Clubes da FIFA, em dezembro, e Infantino assistiu à tomada de posse de Trump, em janeiro.
Quando lhe perguntaram porque é que estava tão próximo do presidente polarizador, Infantino disse: "Penso que é absolutamente crucial para o sucesso de um Campeonato do Mundo ter uma relação próxima com o Presidente. Estamos a organizar um Campeonato do Mundo de Clubes este ano, o primeiro Campeonato do Mundo de Clubes da FIFA, com 32 equipas, nos Estados Unidos da América. No próximo ano, vamos organizar um Campeonato do Mundo nos Estados Unidos, no México e no Canadá. E não nos esqueçamos que, quando se realizou a licitação para esse Campeonato do Mundo, o Presidente Trump já era Presidente dos Estados Unidos".
Gianni Infantino foi também questionado sobre a possibilidade de a Rússia regressar à cena futebolística mundial se for possível chegar a um acordo de paz após a invasão da Ucrânia.
"Esperamos que todos os países do mundo possam jogar futebol", disse Infantino, ao chegar para a assembleia geral anual da International Football Association Board (IFAB), que estabelece as leis do desporto.
"Todos esperamos que as conversações de paz sejam bem sucedidas, porque penso que é importante para o mundo, muito mais do que para o futebol, que haja paz. Se houver um pequeno papel que o futebol possa desempenhar, quando houver paz, é claro que desempenharemos o nosso papel", assumiu.