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Gianni Infantino exalta Mundial de Clubes: "Começa uma nova era do futebol"

As 32 equipas da Taça do Mundo de Clubes da FIFA vão disputar este troféu.
As 32 equipas da Taça do Mundo de Clubes da FIFA vão disputar este troféu.ORLANDO RAMIREZ / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou que o Campeonato do Mundo de Clubes, que arranca este sábado, marca o início de uma "nova era" histórica para o futebol, comparando o torneio à realização do primeiro Campeonato do Mundo em 1930.

Numa entrevista à AFP, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, criticou a política de venda de bilhetes da própria organização e garantiu que os céticos que questionaram a necessidade do novo Campeonato do Mundo de Clubes “mudarão rapidamente de opinião”.

A competição, agora com 32 equipas de todos os continentes, arranca este sábado, com o confronto entre o Inter Miami  e o Al Ahly, do Egipto, no Hard Rock Stadium, em Miami.

“Começa uma nova era do futebol, uma nova era do futebol de clubes. Um pouco como quando, em 1930, teve início o primeiro Campeonato do Mundo. Hoje, todos falam desse torneio. É por isso que este também será histórico”, afirmou Infantino à AFP.

O primeiro Campeonato do Mundo de selecções realizou-se no Uruguai, em 1930, com a participação exclusiva de equipas europeias e sul-americanas. Infantino defendeu que o novo formato do Mundial de Clubes representa uma oportunidade inédita para clubes fora dos grandes centros do futebol se mostrarem num palco verdadeiramente global.

“Queremos ser inclusivos. Queremos dar oportunidades a clubes de todo o mundo. O nosso objetivo é globalizar o futebol, torná-lo verdadeiramente global. Porque, quando se olha à superfície, dizemos que é o desporto número um do mundo e é, mas a elite continua concentrada em muito poucos clubes, de muito poucos países.”

Infantino, que foi secretário-geral da UEFA antes de assumir a presidência da FIFA em 2016, destacou ainda que o novo torneio permitirá a participação de jogadores oriundos de mais de 80 países, reforçando o potencial global da competição.

"Países que nunca teriam a oportunidade de jogar num Campeonato do Mundo, de repente fazem parte de um Campeonato do Mundo e sentem-se parte dele, os adeptos destes jogadores e destes clubes", acrescentou Infantino, que recordou vários grandes jogadores do passado que nunca disputaram um Campeonato do Mundo,

"Um grande amigo meu é George Weah... antiga lenda, grande jogador, vencedor da Bola de Ouro, o único jogador africano que alguma vez ganhou a Bola de Ouro, já agora. Nunca jogou num Campeonato do Mundo. Teria jogado um Campeonato do Mundo de Clubes e teria deixado orgulhoso não só o seu clube, mas também o seu país", acrescentou.

Algo especial

Infantino rejeitou as preocupações de que o torneio aumentasse o congestionamento de jogos, mas reconheceu que alguns adeptos ainda não tinham a certeza do valor do torneio, afirmando, no entanto, que isso iria mudar rapidamente.

"Acredito e estou convencido de que, assim que a bola começar a rolar, o mundo inteiro vai perceber o que está a acontecer aqui. É algo especial", disse ele.

Os relatos sobre a fraca procura de bilhetes para os mesmos jogos levaram a críticas à política de venda de bilhetes da FIFA, com "preços dinâmicos", cada vez mais comuns nos Estados Unidos, que permitem que os preços subam e desçam consoante a procura. Mas Infantino defendeu a abordagem e a decisão de oferecer grandes descontos aos estudantes em Miami.

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"Sou uma pessoa positiva em geral, mas criticam a FIFA se os preços são demasiado altos, depois criticam a FIFA se os preços são demasiado baixos. Depois criticam a FIFA se fizermos promoções de bilhetes com estudantes. Estudantes! Quando eu era estudante e não tinha dinheiro, teria adorado que a FIFA viesse ter comigo e me dissesse: 'Queres vir ver um jogo do Campeonato do Mundo?' Não queremos ver os estádios vazios. Acredito que os estádios estarão bastante cheios", afirmou.

O presidente da FIFA afirmou que o torneio, que garantiu um acordo de transmissão global com a DAZN no valor de mil milhões de dólares, já é um sucesso económico e sublinhou que todo o dinheiro gerado pelos acordos comerciais será investido no futebol.

Questionado sobre como avaliaria se o torneio tinha sido um sucesso, Infantino disse que o sentiria no seu "coração", mas afirmou estar confiante.

"Em termos de inclusão, em termos de economia, em termos de interesse dos adeptos, se considerarmos todos estes critérios, voltaremos a falar no final do Campeonato do Mundo de Clubes, mas, desde já, sinto-me positivo, quando olho para o número de bilhetes vendidos e para os direitos televisivos. Digam-me uma competição de topo, hoje em dia, onde se possa ver futebol gratuitamente?", afirmou, salientando que os jogos estavam disponíveis gratuitamente nas transmissões do DAZN.

O Campeonato do Mundo de Clubes também foi envolvido nos ferozes debates dos EUA sobre o controlo da imigração, com os jogos a realizarem-se perto de Los Angeles, palco de violentos confrontos entre manifestantes e agentes da imigração.

"A segurança, para mim e para nós, é sempre uma prioridade máxima. Por isso, quando algo está a acontecer, como em Los Angeles, estamos obviamente a monitorizar a situação, estamos em contacto permanente com as autoridades, queremos que os adeptos vão aos jogos num ambiente seguro", afirmou.