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Koundé alerta para riscos de lesões e fadiga no futebol moderno

Kounde tem levantado preocupações sobre o calendário lotado do futebol
Kounde tem levantado preocupações sobre o calendário lotado do futebolReuters / Sarah Meyssonnier
O defesa francês Jules Koundé apelou a uma reavaliação do calendário cada vez mais congestionado do futebol, alertando para o facto de a sobrecarga de jogos estar a afetar não só os jogadores, mas também todo o ecossistema que gira em torno da modalidade.

Falando antes da estreia da França nas eliminatórias para o Campeonato do Mundo de 2026, frente à Ucrânia e à Islândia, Koundé afirmou que o ritmo intenso de jogos está a ter consequências sérias.

“Não se trata apenas dos jogadores. Há também as famílias. Penso ainda em todas as pessoas que trabalham no futebol e que, por vezes, são vítimas deste ritmo implacável”, disse o jogador, em conferência de imprensa, esta quarta-feira.

A França defronta a Ucrânia em Wroclaw, na sexta-feira, e a Islândia em Paris, na próxima terça-feira.

Atualmente no Barcelona, Koundé não participou na edição deste ano da Taça do Mundo de Clubes da FIFA, disputada de 14 de junho a 13 de julho, nos Estados Unidos, mas fez questão de criticar o impacto do torneio numa época já de si sobrelotada.

Entretanto, Rayan Cherki (Manchester City) e William Saliba (Arsenal) estão fora da competição por lesão, enquanto Ousmane Dembélé (Paris Saint-Germain) falhou o treino de terça-feira devido a uma contusão na coxa.

O PSG, que chegou à final do Campeonato do Mundo de Clubes, disputou 65 jogos na época 2024/25.

“É todo um ecossistema. Por vezes, quando exageramos nas coisas, deixamos de as apreciar. Quando vemos demasiado, deixamos de lhes dar a mesma importância. É isso que está a acontecer com o futebol: um consumo excessivo”, afirmou Koundé.

A edição inaugural do Campeonato do Mundo de Clubes, com 32 equipas, acrescentou 63 jogos ao calendário de verão, o que tem gerado fortes críticas de jogadores e clubes sobre o risco de fadiga e lesões.

Koundé apelou ainda aos órgãos dirigentes do futebol para repensarem a sustentabilidade a longo prazo do modelo atual: “São coisas que temos de colocar em perspetiva”, concluiu. “E penso que precisam de mudar.”