O clube, fundado num bairro negro durante a era do apartheid, empatou 0-0 com o gigante brasileiro Fluminense no último jogo da fase de grupos, depois de ter vencido o Ulsan, da Coreia do Sul, e perdido por 4-3 num emocionante encontro com o Borussia Dortmund.
Na véspera do duelo com o Fluminense, em Miami, o Sundowns organizou uma ação comunitária para crianças carenciadas num parque próximo de Fort Lauderdale.
Enquanto assistia a ex-jogadores e funcionários do Sundowns a orientar as crianças, o presidente do clube, Tlhopie Motsepe, refletiu sobre o impacto que o torneio teve na sua equipa.
"Tem sido uma experiência maravilhosa estar no Mundial de Clubes e representar o nosso continente neste palco global. Deu-nos muito orgulho e sentimos o forte apoio do nosso país. Esta competição deu-nos uma plataforma internacional", afirmou em entrevista à AFP.
Motsepe, filho do empresário sul-africano e presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Patrice Motsepe, acredita que a participação no Mundial de Clubes confirma a importância da competição para dar visibilidade internacional aos clubes fora da Europa.
Motsepe afirma que o sucesso do seu clube a nível nacional, com 18 títulos de campeão e presença regular na Liga dos Campeões da CAF, conquistou adeptos no seu país e respeito em todo o continente africano. Contudo, nas últimas duas semanas, a reputação do Sundowns espalhou-se e o interesse nas redes sociais, a nível global, aumentou significativamente.
"Quando falamos da atenção dos adeptos da Europa ou da América do Sul, por exemplo, isso era muito raro. Temos uma equipa de redes sociais que monitoriza os números e o tipo de tráfego que chega ao nosso clube, e antes de virmos para aqui era muito reduzido na Europa e na América do Sul", afirmou.
"Mas ouvi especialistas europeus a falarem sobre o nosso clube e sobre a forma como jogamos, tivemos adeptos brasileiros a comentar as nossas publicações… Por isso, para nós, enquanto equipa africana, da África do Sul, de uma cidade específica, receber este tipo de atenção, pelo futebol que praticamos e pela forma como encaramos o jogo, foi, sem dúvida, uma surpresa maravilhosa."
Apesar da esperança de Motsepe de que o Sundowns pudesse vencer o Fluminense e garantir o apuramento para a fase a eliminar ter saído gorada, o dirigente sublinha que a sua equipa conseguiu transmitir a ideia central sobre a qual o clube foi fundado.
"O nosso clube nasceu nos bairros de Mamelodi, fundado por dois médicos que também queriam retribuir à sua comunidade", recordou.
"Para nós, estarmos aqui, neste palco mundial, sabendo que há 55 anos o clube foi criado em plena era do apartheid, e que o nosso lema sempre foi, e continua a ser, o céu é o limite… O nosso objetivo sempre foi jogar futebol para inspirar as pessoas, para inspirar os nossos compatriotas sul-africanos e africanos a sonharem alto, a não se limitarem pelo ambiente ou pelas circunstâncias em que vivem."
Foi precisamente essa ambição que levou o Sundowns ao Mills Pond Park, onde, através da parceria com a Roc Nation Sports International, o clube promoveu um evento comunitário que permitiu às crianças envolverem-se diretamente com os jogadores e a estrutura da equipa.
"Queremos partilhar essa mensagem e mostrar, através do nosso futebol, que podemos ser ousados, que não nos devemos limitar, que podemos competir com os melhores", disse Motsepe.
"Foi uma viagem muito especial e é uma oportunidade única de mostrarmos não só aos africanos, mas a pessoas de todo o mundo, de diferentes origens, que todos podem competir e merecem ser vistos, desde que tenham algo autêntico e uma identidade para partilhar com o mundo."_______________________________________________________________________________
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