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Mundial de Clubes: Cântico homofóbico dos adeptos mexicanos volta a atormentar a FIFA

Adeptos mexicanos no apoio ao Monterrey
Adeptos mexicanos no apoio ao MonterreyJUAN MABROMATA / AFP
Perto do final do confronto entre o Borussia Dortmund e o Monterrey, que terminou com a vitória da equipa alemã por 2-1, no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, a FIFA emitiu um alerta aos adeptos da formação mexicana. O organismo máximo do futebol advertiu que o árbitro poderia interromper o jogo caso se mantivessem os cânticos homofóbicos e discriminatórios entoados pelos adeptos do Monterrey a cada pontapé de baliza cobrado por Kobel, guarda-redes do Borussia Dortmund.

Em resposta ao apelo da entidade, os adeptos mexicanos reagiram com vaias e entoaram os cânticos ainda mais alto durante uma reposição de bola do guarda-redes do Borussia Dortmund. A sorte, para evitar maiores consequências, foi que o encontro terminou poucos segundos depois, com a vitória confirmada da equipa alemã por 2-1 e consequente apuramento para os quartos de final do Mundial de Clubes.

Os cânticos homofóbicos, repetidos de forma sistemática pelos adeptos mexicanos, têm sido um verdadeiro tormento para a FIFA ao longo dos últimos anos.

Anúncio no ecrã do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, pediu que torcedores parassem com gritos homofóbicos
Anúncio no ecrã do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, pediu que torcedores parassem com gritos homofóbicosJosias Pereira/Flashscore

Em 2023, a entidade, ainda que de forma tardia, puniu a seleção masculina de futebol do México com uma multa de 100 mil francos suíços, o equivalente a cerca de 104 mil euros à cotação da época, pelo comportamento ofensivo dos adeptos em duas partidas do Mundial de 2022, frente à Polónia e à Arábia Saudita. A seleção mexicana já tinha sido sancionada pela mesma prática no Campeonato do Mundo de 2018.

De acordo com o artigo 13 do Código Disciplinar da FIFA, estão previstas sanções em casos de "ofensa à dignidade ou integridade de um país, de uma pessoa ou de um grupo, com palavras desrespeitosas, depreciativas, discriminatórias ou injuriosas".

As punições para este tipo de infração incluem "suspensão de dez jogos" no caso de um jogador, treinador ou dirigente, e, no caso de uma federação, uma multa de "pelo menos 20 mil francos suíços (cerca de 20.800 euros)" e um jogo com restrições de público. Antes da aplicação de qualquer sanção, o caso é avaliado pela Comissão Disciplinar da FIFA.

Veja como foi Borussia Dortmund 2 x 1 Monterrey 

Como começou o grito hmofóbico dos adeptos mexicanos?

Em coro, os adeptos mexicanos, tal como já é habitual nos Mundiais de selecções, gritaram improprérios em direcção ao guarda-redes Kobel em sucessivos momentos do jogo, intensificando os cânticos na segunda parte do encontro.

A origem deste comportamento remonta à década de 1980 e começou precisamente com os adeptos do Monterrey. Os fãs do clube da cidade mexicana tinham o hábito de entoar o grito "eeeeeeeh, pum!" logo após o apito inicial dos jogos. Com o passar dos anos, essa prática foi-se espalhando pelas restantes claques mexicanas.

Adeptos mexicanos presentes em Atlanta
Adeptos mexicanos presentes em AtlantaJUAN MABROMATA / AFP

Contudo, segundo a imprensa mexicana, o cântico passou a ser utilizado para provocar o guarda-redes adversário a partir de 2003, durante o torneio pré-olímpico realizado em Guadalajara.

Mais tarde, o grito tornou-se uma verdadeira febre no campeonato nacional e acabou por se estender também aos jogos da selecção mexicana. Considerado um cântico homofóbico e depreciativo, a prática começou a trazer problemas para a Federação Mexicana de Futebol (Femexfut) desde as fases de qualificação para o Mundial do Brasil, em 2014.

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