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O país dos pentacampeões mundiais é um mestre na arte de lançar diamantes em intervalos regulares. Nem todos são bem-sucedidos, mas o mais recente, oriunda do estado de São Paulo, parece destinado ao estrelato se conseguir encontrar um lugar na selva do futebol europeu e no sobrecarregado plantel dos blues.
De qualquer forma, o clube londrino não hesitou em desembolsar quase 60 milhões de euros, mais bónus, para adquirir o brasileiro, o que demonstra a grande expetativa que o acompanha desde os seus primeiros dias no Palmeiras, onde chegou aos 14 anos e se impôs no futebol profissional a partir de 2023, conquistando o seu primeiro título nacional no mesmo ano e o prémio de melhor jogador do campeonato na época seguinte.
Por vezes extremo, outras vezes número 10, possui todos os atributos que durante muito tempo tornaram os jogadores brasileiros tão especiais e atraentes: o drible e a progressão, a que acrescenta a capacidade de passe e uma visão de jogo acima da média.
Estas qualidades valeram-lhe o título de MVP nos Estados Unidos no primeiro jogo do Palmeiras neste Campeonato do Mundo, frente ao FC Porto (0-0).
Contrato com a Nike aos 10 anos
O fabricante de equipamento Nike também não se enganou, assinando um contrato com este canhoto puro aos 10 anos de idade. É visto na terra natal como um possível sucessor do seu ídolo Neymar, cujas melhores jogadas assistiu no YouTube como inspiração, como escreveu na plataforma online The Players' Tribune.
"Um dia, será nomeado o melhor jogador do mundo. É um miúdo espetacular e vai brilhar na Europa", disse a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
"O Estevão é o melhor jogador brasileiro desde o Neymar. Olha-se para ele e apaixona-se. A técnica dele já é impressionante, mas ainda não atingiu a maturidade física. Por isso, ainda há espaço para melhorar. É isso que nos faz pensar que ele vai chegar a um nível muito mais elevado", disse João Paulo Sampaio, diretor da academia do Palmeiras, à BBC.
Entretanto, Estevão, que vai atravessar o Atlântico com a família depois do Campeonato do Mundo, terá de se ambientar a um ambiente que será certamente confuso para um jogador tão jovem.
Ansioso
Apesar de já se ter estreado pela seleção brasileira em setembro de 2024 (cinco internacionalizações) e de ter enfrentado uma grande pressão no Brasil, o prodígio, descrito como um "génio" por Neymar, está consciente de que vai entrar num mundo completamente diferente quando chegar à Premier League e à Europa, onde vai descobrir a Liga dos Campeões, a competição de clubes mais competitiva do planeta.
"Estou ansioso e fico com borboletas no estômago só de pensar nisso. É muito difícil. É um sonho tornado realidade. Quanto mais se aproxima, mais ansioso fico, mas estou a tentar concentrar-me para deixar o Palmeiras na melhor condição possível", explicou na semana passada.
Carlo Ancelotti, que o lançou como titular no seu primeiro jogo à frente da Seleção, a 05 de junho, contra o Equador (0-0), nas eliminatórias para o Mundial de 2026, já se deixou seduzir pelo miúdo que era conhecido como Messinho nos seus primeiros tempos no Cruzeiro, em Belo Horizonte, antes de assinar pelo Palmeiras.
"Vejo o que toda a gente vê, um jogador especial com um talento extraordinário", disse o prestigiado técnico italiano. Não é um elogio insignificante vindo de alguém que viu uma série de jogadores de alto nível a entrar e a sair sob o seu comando.
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