Wenger, que falou numa conferência de imprensa juntamente com membros do Grupo de Estudo Técnico da FIFA encarregado de analisar os jogos do torneio de 32 clubes, argumentou, no entanto, que a diferença entre as equipas de topo da Europa e os representantes da América do Sul e de outras regiões acabou por ser menor do que muitos previam.
"No geral, o que me surpreendeu foi que nós, como europeus, chegamos aqui e pensamos que talvez sejamos fortes demais para o resto do mundo, e foi uma experiência um pouco humilhante", disse aos jornalistas.
Wenger enfatizou que os clubes sul-americanos mostraram como podem ser competitivos e também elogiou os sul-africanos Mamelodi Sundowns, de Miguel Cardoso, que perdeu por 4-3 com o Borussia Dortmund e deixou uma impressão positiva com o alto nível de jogo.
"Eles colocaram-nos realmente no nosso sítio, especialmente as equipas brasileiras, e devo dizer que também equipas como o Mamelodi Sundowns, quando se olha para o jogo contra o Dortmund, os números (...) Mesmo o Al Ahly, estão fora do torneio como o Sundowns, mas a competição é muito mais apertada do que o esperado", disse o francês.
No entanto, Wenger sublinhou que os dados e análises realizados pela sua equipa reflectem que a falta de qualidade persiste no terço ofensivo do campo. "É definitivamente o último terço. O momento do passe, a qualidade do passe, a qualidade da desmarcação, a qualidade da execução (da finalização), está tudo lá".
Mundial de Clubes com um futuro brilhante
O alemão Juergen Klinsmann, ex-selecionador da Alemanha e dos Estados Unidos e também membro do grupo de estudos, acredita que a experiência em competições de alto nível pode ajudar a elevar o padrão de qualidade.
"Parte dessa qualidade vem da experiência - quando é que o Pachuca ou o Monterrey jogam num torneio como este? É por isso que, quando eu era selecionador dos Estados Unidos, dizia: 'Metam-em na Copa América, metam-me em jogos de preparação na Europa e não aqui nesta região'", disse o ex-avançado campeão mundial pela Alemanha em 1990.
"Tem muito a ver com o nível de competição que eles costumam ter no ambiente dos clubes, porque no balneário estás apensar que eles sabem como jogar, são obviamente bons jogadores", disse.
Os oitavos de final, que tiveram início este sábado, 28 de junho, contam com a presença dos quatro clubes brasileiros, do Al Hilal, da Arábia Saudita, do Monterrey, do México e do Inter Miami, dos Estados Unidos, além de nove representantes europeus.
Os clubes europeus FC Porto, Atlético de Madrid e Salzburg não conseguiram passar da fase de grupos.
Wenger acrescentou que o torneio deve servir de incentivo para que os clubes de todo o mundo continuem a elevar o seu nível competitivo.
"A nossa esperança é que as equipas que competiram regressem a casa e digam 'da próxima vez, sabemos o que temos de fazer para sermos mais fortes'", afirmou o antigo treinador, que sugeriu que o torneio tem futuro.
"Parece que é o início de algo que nunca mais vai parar", concluiu.
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