"Temos de olhar para nós próprios e ver que há alturas em que não estamos ao nível e temos de resolver isso", disse o veterano avançado francês.
O golo de Griezmann valeu ao Atlético uma vitória por 1-0 sobre o Botafogo, na segunda-feira, mas a equipa brasileira ficou à frente dos espanhóis na diferença de golos e garantiu o apuramento para os oitavos de final do Mundial de Clubes.
O Atlético ficou a lamber as feridas, tal como já tinha acontecido depois de falhar a conquista de um troféu importante esta época.
A polémica eliminação nos oitavos de final da Liga dos Campeões, diante do Real Madrid, devido ao famoso penálti de "duplo toque" de Julián Álvarez, deixou o Atlético furioso com os árbitros, com a UEFA e com os seus rivais.
Simeone insistiu que a derrota nas meias-finais da Taça do Rei frente ao Barcelona é algo que o clube tem de aceitar.
"Estamos a tentar continuar a melhorar, para nos aproximarmos cada vez mais das equipas que estão acima de nós e para aceitarmos o lugar em que estamos", disse o treinador argentino.
No entanto, o Atlético, que venceu a LaLiga em 2014 e 2021, e foi vice-campeão da Liga dos Campeões em 2014 e 2016, já esteve muito mais perto da elite do que está agora.
Alguns jogadores do clube têm plena consciência disso, como Griezmann e o guarda-redes Jan Oblak, enquanto outros parecem não perceber a realidade.
"Vamos continuar a lutar contra os que estão no topo", prometeu Marcos Llorente, após a eliminação na fase de grupos, nos Estados Unidos.
O Atlético ficou indignado com o facto de alguns pedidos de penálti terem sido ignorados durante a vitória sobre o Botafogo, em Pasadena.
"Nunca vi nada assim, para ser sincero. Acho que devíamos ter recebido dois penáltis. Penso que as decisões não nos têm favorecido de todo, em todas as situações discutíveis, temos de jogar contra isso", reclamou o lateral Giuliano Simeone, filho do treinador.
"É um problema mais profundo"
Foi a goleada por 4-0 sofrida pelo Atlético frente ao Paris Saint-Germain, campeão da Liga dos Campeões, que acabou por custar a qualificação e expôs o quão distante o clube está do auge do futebol europeu.
Simeone está no comando desde 2011 e muitos consideram-no o melhor treinador da história do clube, mas, nos últimos anos, têm aumentado as dúvidas sobre se será ele o homem certo para levar o Atlético mais longe. O último troféu conquistado pelo clube foi a LaLiga, há quatro anos.
"Estou triste por termos sido eliminados, temos seis pontos em três jogos. Ganhámos dois", lamentou Simeone.
Como tem acontecido frequentemente nos últimos anos, não foi suficiente.
Em alguns meios de comunicação espanhóis, o ex-defesa colchonero, Filipe Luís, atualmente treinador do Flamengo, que se qualificou para os oitavos de final, foi apontado como possível futuro treinador do Atlético.
"O Atlético teve uma época longa... esperemos que a próxima seja melhor para eles", disse a antiga estrela do Atlético, Sergio Agüero. Mas, com a equipa sem conseguir progredir, alguns adeptos começam a perder a esperança.
Griezmann, que assinou um novo contrato com o Atlético no início do verão e que quebrou um jejum de 18 jogos sem marcar, precisamente frente ao Botafogo, acredita que é preciso trabalho.
"É preciso trabalho, e o problema é mais profundo, tem mais a ver com a equipa do que com os árbitros. Temos de nos concentrar no que temos de melhorar, no que temos de fazer para vencer estes jogos", acrescentou, enquanto o Atlético fazia as malas para regressar a casa.
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