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Mundial de Clubes: O que esperar de FC Porto e Benfica?

O que esperar de FC Porto e Benfica no Mundial de Clubes
O que esperar de FC Porto e Benfica no Mundial de ClubesLUSA/Flashscore
O futebol português marcará presença no renovado Mundial de Clubes com dois representantes: FC Porto e Benfica. Ambos os clubes garantiram o apuramento com base no seu desempenho europeu, entre 2021 e 2024, num formato que passa agora a incluir 32 equipas, em moldes semelhantes ao de um Campeonato do Mundo de seleções. No entanto, a forma como FC Porto e Benfica chegam à competição é marcada por mudanças profundas e contextos muito distintos.

FC Porto: um novo ciclo no momento mais exigente

O FC Porto vive um momento de transição rara na sua história recente. A saída de Sérgio Conceição, após um longo e vitorioso ciclo, foi seguida de uma aposta falhada em Vítor Bruno, abrindo depois espaço à entrada do argentino Martín Anselmi, um técnico jovem, ambicioso e com ideias modernas, mas ainda a conhecer o contexto europeu.

A mudança, que começou desde logo na presidência, com André Villas-Boas a suceder a Jorge Nuno Pinto da Costa, não parou no comando técnico: o plantel sofreu uma remodelação profunda, com a saída de várias figuras estruturantes, como Pepe, Galeno, Wendell, Francisco Conceição e Evanilson.

Em contrapartida, o FC Porto apostou em nomes jovens e com potencial de valorização, o último deles Gabri Veiga — médio criativo espanhol que chega com selo de qualidade — e outros elementos menos conhecidos mas enquadráveis no modelo de jogo que Martín Anselmi procura implementar: um futebol associativo, com linhas próximas e pressão coordenada.

A grande questão que se coloca é o tempo. O Mundial de Clubes realiza-se num momento em que o FC Porto ainda está a consolidar a sua nova identidade, num grupo maioritariamente sem experiência em grandes palcos internacionais. Isso pode representar um risco sério perante adversários que não só mantêm estabilidade tática e técnica há anos, como dispõem de orçamentos largamente superiores.

Por outro lado, a ausência de pressão pode jogar a favor dos dragões. Não sendo favoritos, mas mantendo a matriz de combatividade histórica, o FC Porto pode causar dificuldades a equipas que subestimem a sua organização coletiva. Tudo dependerá da velocidade com que Anselmi conseguir transformar o potencial em rendimento competitivo real.

Os jogos do FC Porto
Os jogos do FC PortoFlashscore

Benfica: entre o pragmatismo e a urgência de afirmação

No caso do Benfica, a temporada 2024/25 foi também marcada por uma viragem estrutural. Roger Schmidt foi afastado no início da época após resultados desapontantes, e Bruno Lage regressou ao comando técnico, procurando recuperar a identidade de posse e equilíbrio que o caracterizou na sua primeira passagem. A mudança trouxe alguma estabilidade, mas coincidiu com um esvaziamento gradual de referências no plantel.

João Neves transferiu-se para o Paris Saint-Germain, Rafa Silva e Morato também saíram, e agora nomes como Arthur Cabral e Amdouni deixaram claras lacunas no setor ofensivo. Além disso, Di María já anunciou que esta será a sua última prova pelo clube, regressando ao Rosario Central logo após o torneio. Nicolás Otamendi, outro símbolo de experiência, está em final de contrato e chega aos Estados Unidos ainda sem a renovação oficializada.

Apesar das perdas, o Benfica chega ao torneio com um projeto desportivo mais estável do que o do FC Porto. Bruno Lage teve tempo para readaptar a equipa ao seu modelo e alguns dos reforços já encaixaram de forma promissora. O clube aposta numa base jovem e competitiva, com jogadores capazes de manter posse, baixar o ritmo do jogo quando necessário e explorar transições rápidas. Essa versatilidade pode ser uma arma útil num torneio em que o choque cultural entre estilos de jogo é constante.

Contudo, é difícil projetar o Benfica como um dos candidatos a avançar até às últimas fases. A falta de profundidade no plantel — especialmente após as recentes saídas — coloca um limite ao que Bruno Lage poderá fazer em jogos de exigência máxima. Tal como o FC Porto, o Benfica enfrentará adversários com mais recursos e maior rotação, pelo que a margem de erro será mínima.

Os jogos do Benfica
Os jogos do BenficaFlashscore

Expectativas realistas: competitividade com prudência

Nem FC Porto nem Benfica chegam ao Mundial de Clubes como candidatos naturais a vencê-lo. O contexto interno de ambos — de reformulação técnica e redefinição tática — contrasta com a solidez de clubes como Manchester City, Real Madrid, Flamengo ou Palmeiras, habituados a competir em alto nível com continuidade técnica e plantéis profundos.

No entanto, tanto FC Porto como Benfica têm algo que os pode manter competitivos: experiência europeia acumulada e um certo instinto de sobrevivência tática. Se forem inteligentes na forma como abordam os jogos — especialmente contra equipas sul-americanas ou asiáticas, onde o confronto físico pode ser equilibrado — poderão lutar por uma presença nos quartos de final.

O sucesso passará muito pela capacidade de adaptação. Este Mundial de Clubes será exigente, não só pela qualidade dos adversários, mas também pelo ritmo de calendário, pelas condições climáticas e pela pressão mediática. Para equipas em transição como FC Porto e Benfica, o desafio está em transformar instabilidade em ambição contida, mas eficaz.

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