Todos precursores de um estilo de jogo ofensivo, os técnicos que aspiram ao título do torneio nos Estados Unidos carregam consigo as experiências como futebolistas e o legado de grandes mestres.
Na terça-feira, Enzo Maresca, do Chelsea, um dos discípulos do espanhol Pep Guardiola, enfrentará o excêntrico Renato Gaúcho, defensor dos talentos brasileiros no Fluminense.
No dia seguinte, também em East Rutherford, nos arredores de Nova Iorque, o antigo médio elegante do Real Madrid, Xabi Alonso, enfrentará outro marechal do meio-campo, Luis Enrique, que orienta o Paris Saint-Germain.
Uma universidade para Alonso
A carreira de Xabi, que pendurou as chuteiras em 2017, foi ao mesmo tempo uma masterclass com os treinadores mais bem-sucedidos deste século.
O basco foi orientado por Vicente del Bosque na seleção espanhola, campeã do mundo em 2010, por Pep Guardiola e Jupp Heynckes, no Bayern de Munique, por José Mourinho e Carlo Ancelotti, no Real Madrid, e por Rafa Benítez no Liverpool.
Como um Frankenstein do conhecimento, Alonso revolucionou o futebol alemão na época de 2023/24 ao conquistar o primeiro título de campeão do Bayer Leverkusen. Quando levantou o troféu, fruto de um estilo de jogo direto e intenso, tinha 42 anos. Uma época mais tarde, ingressou no Real Madrid, com o qual se estreou no Mundial de Clubes.
"Provavelmente, o facto de eu estar aqui, nesta cadeira, deve-se à influência de todos eles. Tive a sorte de ter (treinadores) muito bons e tentei ter essa curiosidade, essa proximidade com eles (...) tentei compreender", disse sobre os seus antigos treinadores durante apresentação pelos merengues
Embora reconheça a influência de todos os seus tutores, Alonso não tem um favorito e identifica o seu pai, Periko Alonso, que treinou a Real Sociedad, como o seu principal mentor. Dos quatro treinadores presentes nas meias-finais do Campeonato do Mundo, é o mais jovem e o que mais se destacou como jogador, sendo considerado um dos melhores médios da sua geração.
Luis Enrique: o estoico
Enquanto o refinado Alonso vangloria-se das boas relações com os treinadores, Luis Enrique reconhece que a sua principal referência foi um estratega com quem não tem hoje a melhor correspondência: o neerlandês Louis van Gaal, o seu chefe no Barcelona quando era um médio polivalente.
"O treinador que, a nível tático e de exigência, teve mais impacto em mim foi Van Gaal", disse o espanhol em 2022.
Como treinador, Luis Enrique, de 55 anos, defende a ideia de que os seus jogadores devem ser corajosos, mentalmente fortes e intensos acima de tudo.
Na verdade, declarou-se um seguidor do estoicismo, uma corrente filosófica que reconhece a adversidade como parte da vida e necessária para o sucesso.
Dos treinadores ainda em prova no Mundia de Clubes, é o que detém os troféus mais valiosos: duas Ligas dos Campeões, com o Barcelona, em 2015, e com o PSG este ano.
Maresca, 'Diet Pep'
Fisicamente parecidos, Enzo Maresca e Josep Guardiola foram cúmplices até 2023, altura em que o italiano decidiu tomar o seu próprio voo e separar-se do génio catalão de quem foi adjunto no Manchester City.
Longe de Pep, conduziu o Leicester City à subida à primeira divisão inglesa em 2024 e depois deu o salto para o Chelsea.
O seu bom desempenho, baseado na ideia de montar uma equipa inteligente, foi um alívio para um clube que carecia de estabilidade e por onde desfilaram, sem sucesso, nomes como Mauricio Pochettino e o ídolo dos blues Frank Lampard.
Por causa da careca e barba, o antigo médio de 45 anos foi apelidado de "Diet Pep", uma espécie de aspirante a Guardiola.
"Pep é um génio e ninguém se pode comparar a ele. Tento trazer o meu próprio pacote de ideias", disse o italiano à Sky Sports no ano passado.
Renato: isto é Brasil
Para Renato Gaúcho, DNA não significa ácido desoxirribonucleico, mas sim Alegria, Diversão e Noite. O provocador treinador do Fluminense é criticado pelos seus métodos supostamente antiquados, mas nos Estados Unidos silenciou os críticos com táticas sólidas.
Sem nunca ter treinado fora do gigante sul-americano, o técnico que está há mais tempo ao comando entre os semifinalistas, aos 62 anos, faz ouvidos moucos e promove a boa condução de bola, caraterística do futebol brasileiro.
Em quase todos os aspectos, é diferente dos rivais no Mundial de Clubes: não era um médio mas um extremo letal e afirma que era mais talentoso do que Cristiano Ronaldo e que não precisa de estudar devido ao seu conhecimento empírico.
Mas a sua carreira no banco de suplentes está repleta de sucessos, incluindo a honra de ser o único brasileiro a ganhar a Taça Libertadores como jogador (1983) e treinador (2017).

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