A AFP analisou alguns dos principais pontos de discussão do torneio até ao momento:
Sombra política
A FIFA tem sido criticada pelas ligações cada vez mais estreitas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a sua administração.
Antes do início do torneio, a UEFA acusou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, de dar prioridade a "interesses políticos privados", depois de ter chegado atrasado ao congresso da FIFA por se ter encontrado com Trump no Médio Oriente. Na quarta-feira, Infantino esteve novamente na Sala Oval com uma delegação da Juventus, que teve uma troca de palavras embaraçosa com Trump quando este os questionou sobre os atletas transgénero.
"Foi um pouco estranho", disse Timothy Weah, avançado da Juventus e dos Estados Unidos da América: "Quando ele começou a falar sobre a política com o Irão e tudo o mais, foi um bocado... Eu só quero jogar futebol".
Entretanto, alguns adeptos ficaram preocupados com as informações de que agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos) estavam a prestar "segurança" nos estádios do Campeonato do Mundo de Clubes.
Os agentes do ICE, à paisana, têm estado a perseguir o que dizem ser imigrantes "sem documentos". Até ao momento, não parece que tenham detido qualquer adepto que estivesse a assistir ao jogo.
Problemas europeus
Os principais clubes da Europa são os mais ricos do mundo e seria uma surpresa se o vencedor da primeira edição do Campeonato do Mundo de Clubes, com 32 equipas, viesse de outro continente. No entanto, até agora, os representantes europeus não estão a ter tudo à sua maneira.
Até sexta-feira, os clubes europeus haviam vencido apenas metade dos 16 jogos contra adversários de outros continentes.
O Paris Saint-Germain perdeu para o Botafogo, enquanto o Chelsea foi goleado pelo Flamengo. O Real Madrid não conseguiu superar o Al-Hilal da Arábia Saudita, mas a Europa enviou muito mais clubes (12) do que qualquer outro continente e ainda parece provável que mais da metade das equipas nos oitavos de final sejam europeias.
O público
O ponto mais baixo foi o público de 3.412 pessoas no jogo entre Mamelodi Sundowns e Ulsan, em Orlando. Estiveram, também, apenas 22 mil pessoas na vitória do Chelsea sobre o Los Angeles FC em Atlanta, o que deixou cerca de 50 mil lugares vazios no estádio.
No entanto, a média de público nos primeiros sete dias do torneio foi de 36.135 pessoas.
Esse número é maior do que a média da La Liga, da Série A ou da Ligue 1 na última temporada.
Os jogos com as equipas sul-americanas têm registado ambientes incríveis, especialmente em Miami, no confronto de sexta-feira entre o Bayern de Munique e o Boca Juniors.
"Incrível, incrível", disse o técnico do Bayern, Vincent Kompany, quando perguntado sobre o público, com os apaixonados adeptos do Boca compondo a grande maioria dos 63.587 presentes: "É uma dessas coisas: se não estás aqui, às vezes é difícil de entender, mas estar aqui é uma experiência, um privilégio."
O tempo
Vários jogos foram adiados por causa do mau tempo. Os protocolos de segurança pública comuns nos EUA exigem que os eventos desportivos ao ar livre sejam suspensos durante pelo menos 30 minutos se forem vistos ou ouvidos relâmpagos ou trovões nas proximidades.
Dois jogos em Orlando, um local habitual de tempestades tropicais, foram suspensos, enquanto os jogos em East Rutherford e Cincinnati também foram interrompidos.
Os treinadores das selecções nacionais que se preparam para o Campeonato do Mundo de 2026 têm de ponderar a melhor forma de preparar os seus jogadores para enfrentar tais atrasos. As alterações climáticas têm sido associadas a um aumento da frequência e da intensidade das tempestades e das condições meteorológicas extremas.
Show ao estilo da NBA
Os organizadores aproveitaram a oportunidade para fazer de cada jogo um espetáculo ao estilo de um evento desportivo tradicional americano, incluindo a entrada dos jogadores em campo um a um à medida que os seus nomes são anunciados, como na NBA.
"Por que não trazê-lo para a Premier League?", respondeu Romeo Lavia, do Chelsea, quando questionado sobre a possibilidade de se tornar uma realidade em Inglaterra: "É um pouco de espetáculo, não é? Eu gosto bastante".
Nem toda a gente concorda com Lavia.
"É um bocado lento. Acho-o um pouco estranho. Parece que é um espetáculo só por fazer. Parece-me um pouco inútil", disse o treinador do FC Porto, Martin Anselmi.
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