Paradoxo do destino ou capricho do sistema de qualificação para o novo formato deste torneio mundial, o Mundial de Clubes não contará com a presença de quatro dos campeões das melhores ligas europeias: Liverpool, Barcelona, Nápoles e Sporting.
Apenas o PSG e o Bayern de Munique, ultra-dominadores nos respetivos campeonatos, estarão presentes no torneio onde é suposto estarem os melhores clubes do mundo, vencedores da Ligue 1 e da Bundesliga, respetivamente.
Isto significa também que algumas das estrelas que brilharam pelas suas equipas esta época, como Mohamed Salah, Lamine Yamal e Raphinha, não estarão nos Estados Unidos.
Primeiro vencedor do torneio
Para muitos dos participantes europeus, o Mundial de Clubes será uma oportunidade de provar o seu valor. O Real Madrid, por exemplo, terminou a época sem um título importante (venceu a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental da FIFA), o que custou o emprego a Carlo Ancelotti, que foi substituído por Xabi Alonso para ir aos Estados Unidos.
O clube, que já entrou para a história como o primeiro campeão europeu em 1956 e o antigo campeão da Taça Intercontinental, vai tentar escrever uma nova página dourada, razão pela qual o clube merengue encara o torneio "com orgulho e com o maior entusiasmo para fazer sonhar de novo os nossos milhões de adeptos em todo o mundo com um novo título", disse o seu presidente, Florentino Pérez.
O Atlético de Madrid também não teve uma boa época, apesar de um excelente início de temporada. Fora da disputa pelo título, o Chelsea teve de se contentar com um troféu menor, a Liga Conferência, enquanto o Manchester City terminou a temporada a zeros.
Além disso, o Inter chega depois de ter falhado o triplete na reta final da época, depois de ter perdido o Scudetto na última jornada e com a goleada histórica de 5-0 na final da Liga dos Campeões contra o PSG; Juventus e Dortmund conseguiram in extremis o bilhete para a próxima Liga dos Campeões; Benfica e FC Porto foram ultrapassados pelo Sporting; até o RB Salzburgo não conseguiu recuperar a coroa na Áustria contra o Sturm Graz.
Uma acumulação de desilusões para estas equipas que será difícil de compensar com um bom desempenho no Campeonato do Mundo de Clubes.
Um máximo de dois clubes por país
A participação destes clubes resulta do sistema particular de qualificação para este Mundial de Clubes reformulado, no qual têm precedência os resultados da Liga dos Campeões dos últimos quatro anos (os quatro campeões do período 2021-2024 e os oito melhores classificados no ranking da FIFA, com um máximo de duas equipas por país).
Este problema é difícil de resolver. O último campeão europeu poderia ser tido em conta, mas, por razões óbvias de organização, a FIFA não pode esperar para o saber apenas 15 dias antes do torneio.
Ter em conta os resultados dos campeonatos nacionais também pode induzir em erro, uma vez que o Nápoles, por exemplo, não disputou qualquer competição europeia este ano, pelo que pôde concentrar-se na Serie A.
Outra possibilidade seria a FIFA ter um convite na manga, mas aí entrariam em jogo critérios subjetivos e o organismo teria dificuldade em explicar por que razão convida uma equipa e não outra.
Já aconteceu quando convidou o Inter Miami de Leo Messi para representar o país anfitrião... apesar de a equipa da Florida nem sequer ter ganho a MLS.
Uma questão de dinheiro
Eliminar o limite de no máximo dois clubes do mesmo país poderia fazer com que um campeonato forte, como a Premier League, abocanhasse um bom número de vagas, como aconteceu com o Brasileirão, presente nos Estados Unidos com quatro equipsa (dos seis representantes da Conmebol): Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Fluminense, todos eles vencedores da Libertadores.
A FIFA tem um dilema a resolver nas próximas edições, já que a ausência de alguns grandes clubes diminui a atratividade do torneio.
E, no final, como reconheceu o patrono do futebol, Gianni Infantino, em 2016, para justificar o novo torneio, tudo se resume a uma questão de dinheiro. "Temos de tornar o Mundial de Clubes mais interessante para as equipas e para os adeptos de todo o mundo. Isso atrairá mais patrocinadores e mais televisão".
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