Com a experiência adquirida durante o Mundial de Clubes, o Flashscore preparou um guia sobre o que aprendemos, o que os adeptos podem esperar e em que pontos precisam de estar atentos em relação ao torneio de seleções do próximo ano, em especial nos Estados Unidos, país que receberá a maioria dos jogos do certame internacional.
O Mundial de Clubes deixou valiosas lições, e mesmo que não seja considerado pela FIFA um torneio teste, já que não há a obrigatoriedade de que os países organizadores do Mundial seguinte recebam a competição, conviver diretamente com os organizadores apontou para a necessidade de cuidados por parte de todos aqueles que queiram desfrutar da maior competição de futebol do planeta.

Pedidos de visto
A questão da imigração é sensível na região. Por isso, se quer acompanhar o Mundial do ano que vem presencialmente, procure orientar-se sobre como é o processo de entrada em cada um dos países-sede.
O Canadá, por exemplo, facilita o acesso por via aérea para aqueles que já possuem o visto dos Estados Unidos, algo que também acontece no México.

Além disso, cada país possui um acordo diferenciado com os governos envolvidos no Mundial, o que pode influenciar até mesmo na não obrigatoriedade de autorização para entrada.
Mas, sem dúvida, para aqueles que pretendem ir aos EUA e necessitam de visto, a indicação é que o façam o mais rapidamente possível, uma vez que o processo pode encontrar sobrecargas no próximo ano.
A promessa do governo norte-americano é de que serão acionados até mesmo profissionais extras para facilitar a análise de pedidos. Existem ainda taxas consulares que precisam de ser pagas.
Seja precavido porque tudo pode acontecer
No Mundial do Catar, muitos turistas habituaram-se à facilidade de conseguir ver múltiplos jogos no mesmo dia, já que as distâncias no país eram curtas. Mas, com certeza, isso não acontecerá em 2026.
Planeie tudo para assistir a um jogo por dia e chegue ao local, se possível, na data anterior ao confronto. Isto porque os aeroportos americanos, por exemplo, podem trazer experiências nada agradáveis, como os recorrentes atrasos.

Chegue ao aeroporto com antecedência, pois a fila para o processo de inspeção pode demorar. Pela segurança reforçada, os aeroportos dos EUA são minuciosos, inclusive ao acionar cães farejadores, os chamados K9.
Como poucas pessoas podem passar por vez na inspeção, as filas prolongam-se. Recentemente, o Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA aboliu que os viajantes retirem os sapatos durante o processo de revista em voos internos. A prática vinha sendo utilizada desde 2006, após o caso Richard Reid.
Em dezembro de 2001, Reid tentou explodir um voo da American Airlines, de Paris para Miami, com explosivos escondidos no calçado. Não conseguiu detonar a carga após a intervenção de passageiros.

Como é verão, os alertas climáticos, especialmente de tempestades, podem interferir bastante na rotina dos aeroportos.
Um dia depois da final do Mundial, Nova Iorque viveu um caos aéreo, com alagamentos pela cidade e milhares de voos cancelados nos três aeroportos da região — JFK, LaGuardia e Newark. Os atrasos dificultaram até mesmo o regresso a casa de adeptos e profissionais que estavam envolvidos na cobertura da final, entre Chelsea e PSG.
O sistema ferroviário dos Estados Unidos não costuma apresentar tantas queixas, mas é preciso também estar atento a eventuais distúrbios provocados pelo clima. O mesmo acontece nas estradas do país.
Vá cedo para o estádio
Nem todos os estádios do Mundial-2026 nos Estados Unidos são contemplados com uma grande oferta de transporte público. É o caso de Miami, por exemplo, que possui linhas de autocarros que não conseguiram sustentar o fluxo absoluto de adeptos no Mundial.
Por isso, as aplicações de transporte, como Uber e Lyft, foram acionados em grande escala, além dos próprios carros privados. Não é preciso ser um engenheiro de tráfego para apontar que o grande fluxo de pessoas a tentar chegar ao mesmo lugar provoque engarrafamentos.

O conselho para evitar isso é chegar ao estádio cedo, no horário programado para a abertura das portas. Poderá aproveitar as opções de entretenimento oferecidas pela FIFA ou até mesmo promover o famoso tailgate americano, o típico churrasco promovido antes dos jogos da NFL ou da MLB.
No geral, a dica é: se tiver condições de utilizar o transporte público, use-o para chegar aos estádios. Pagará menos, terá prioridade e cortará o tempo gasto no trânsito pesado nos arredores das colossais arenas norte-americanas.
Respeite o seu lugar
A política dos lugares é respeitada pelos norte-americanos — e é garantida pelos seguranças e polícia. Por isso, respeite o local indicado no seu ingresso para evitar qualquer tipo de desentendimento.

Protetor solar sempre — e capa de chuva também
Os horários de jogos no Mundial de Clubes foram bastante ingratos — 12:00 e 15:00 no horário local, com o sol a pique e um calor infernal, de mais de 30 graus.
Em princípio, não haverá mudanças para o Mundial de seleções, já que as principais partidas estão condicionadas ao horário nobre dos países europeus, devido ao fuso horário de cinco a seis horas, em média.

O que a FIFA pretende fazer para resolver esta preocupação legítima de adeptos e atletas é programar jogos nestes horários em estádios cobertos. Essa ideia foi adiantada por Gianni Infantino.
Mas é preciso lembrar que o pôr do sol no verão acontece já no período noturno. Então, é apostar no protetor solar e também estar preparado para qualquer mudança repentina de tempo. Uma capa de chuva pode ser a salvação numa tempestade de verão.

Hidratação é fundamental
Procure sempre hidratar-se porque o verão norte-americano traz consigo ainda a humidade elevada. O organismo humano tem mais dificuldade de regular a sua temperatura em situação persistente de calor húmido. O resultado disso é a insolação, que provoca sintomas como tonturas, dores de cabeça, náuseas, pele quente e seca, respiração rápida e difícil.

Para evitar isso, é necessário hidratar-se, ingerindo água e também tendo o reforço de isotónicos, que podem equilibrar os eletrólitos necessários para suportar temperaturas extremas.
Em 1994, os Estados Unidos sediaram o Mundial mais quente da história. A tendência é que as altas temperaturas estejam presentes, assim como foi uma constante durante o Mundial de Clubes.
Preparado para um jogo de duração maior do que o previsto?
A não ser que a FIFA consiga intervir junto do governo norte-americano para rever a legislação referente aos protocolos de segurança em caso de alertas climáticos, podemos esperar jogos suspensos durante o Mundial do próximo ano.
As decisões seguem recomendações do serviço de meteorologia dos EUA, que determina, no seu programa nacional, a execução de um "plano de segurança contra raios, cumprido sem exceções".

A regra é clara e, em situações deste tipo, todas as pessoas precisam de procurar abrigo em locais cobertos. Isso, com certeza, afetará o tempo de jogo e pode até transformar-se num problema dentro do complicado calendário proposto para um torneio de 48 seleções.
Estádios, olho no bolso e atenção à venda de ingressos
Os pacotes de hospitalidade para o Mundial de 2026 já estão à venda. A FIFA também anunciou que a primeira "janela" de venda de ingressos será a 10 de setembro. Antes, portanto, da definição dos grupos, que só serão conhecidos com o sorteio dos jogos em dezembro, em data ainda a ser definida.
Para ter acesso à compra de ingressos, o adepto precisa de criar uma conta especial no site FIFA.com/tickets, conhecida como FIFA ID, e então realizar o login no site oficial de ingressos do torneio. A partir daí, a pessoa interessada na aquisição de ingressos passará a ser informada sobre as vendas. Não há uma expectativa de preços dinâmicos, como os praticados no Mundial de Clubes para evitar estádios vázios.

É importante estar atento a todos os detalhes na hora de adquirir os ingressos. Porém, os estádios americanos propiciam visão completa do relvado, independentemente do setor escolhido. O que pode afetar em algumas arenas — como o MetLife — é o facto de não serem cobertas. Obviamente, existem os lugares mais bem localizados e os menos, mas a experiência, bem como a oferta de bares e restaurantes em todos os níveis da arena, é garantida.
Em geral, os preços para consumo nos estádios são elevados em qualquer parte do mundo. Isso não seria diferente nos Estados Unidos, excetuando arenas como o Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, que possui uma política de propiciar aos adeptos preços acessíveis e tabelados.

O mesmo não se repete em diversos estádios que receberão o Mundial do próximo ano, onde existem variações de preços. Por isso, esteja preparado financeiramente, pois a presença em variados estádios pode ter custos altos.
Abaixo, os preços que foram praticados no MetLife Stadium, o palco da final do Mundial de Clubes e também de seleções:
Principais comidas:
Cachorro-quente – US$ 8,50
Frango com batata frita – US$ 14
Salada de frutas – US$ 7
Batata frita – US$ 7
Pretzel – US$ 9
Taco – US$ 16
Nacho – US$ 10
Principais bebidas:
Água – US$ 3
Refrigerante – US$ 6,50
Cerveja – US$ 14
Chocolate quente – US$ 5
Café – US$ 5
Vodka – US$ 17
Soft Drink – US$ 6
Gatorade – US$ 7
Frozen Drink – US$ 20
Cocktail – US$ 17
Vinho - US$ 12
Entretenimento garantido
Com uma vasta experiência de organização de eventos desportivos, os Estados Unidos estão prontos para oferecerem aos adeptos experiências únicas em cada match day. Essa é uma garantia da FIFA, que pretende aliar a sua experiência às tradições norte-americanas — isso já foi visto no Mundial de Clubes.
O governo dos EUA quer fazer um evento grandioso, não apenas nas arenas, mas também envolvendo as comunidades nas chamadas fan fests. Na região de Nova Iorque/Nova Jérsia, a principal aglomeração de adeptos acontecerá no icónico Liberty Park, localizado em frente ao skyline de Manhattan e a quilómetros da estátua da Liberdade.
