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Sucesso ou overdose: onde estará o futebol depois do novo Mundial de Clubes

Mundial de Clubes é uma competição a mais?
Mundial de Clubes é uma competição a mais?YURI CORTEZ/AFP
O Mundial de Clubes foi criticado pelo seu formato, pela sua colocação no calendário e pelo seu verdadeiro interesse. Poderá o que se passa em campo realmente dissipar o cepticismo e evitar que se torne na competição a mais?

A nova fórmula da Liga dos Campeões suscitou o seu lote de críticas no início da época. Mais jogos, um grupo único, não seria demais? A resposta, como muitas vezes, veio do campo: só a última jornada, com 18 jogos ao mesmo tempo, convenceu os observadores neutros. Claro que, em França, este ponto de vista pode estar enviesado pela vitória final do PSG, mas em termos de espetáculo global, havia pouco a dizer.

Será o mesmo com o Mundial de Clubes? O ceticismo é desta vez muito maior. Esta final da Liga dos Campeões, precisamente, aconteceu há apenas 15 dias, e já temos a impressão de que foi no ano passado. Sem dúvida porque a Final Four da Liga das Nações passou por ali. Mas esta nova competição, posicionada como um Europeu ou um Mundial, não beneficiará do efeito "seleção nacional" que encoraja todo um país a apoiar a sua equipa.

Este formato alargado mudará alguma coisa? Anteriormente posicionada no final de dezembro, a Taça do Mundo de Clubes dizia respeito apenas a um punhado de clubes, a elite de cada continente. Isso não impediu a Europa de vencer as últimas 10 edições. Existe alguma razão para pensar que não será o caso aqui? Não realmente, e no entanto, faltam alguns pesos pesados, como o Liverpool ou o Barcelona.

O único resultado positivo é no relvado

Os anos ímpares marcam tradicionalmente uma pausa bem-vinda, sem torneios internacionais de seleções. Uma pausa necessária não apenas para os jogadores, mas também para os adeptos. A Taça das Confederações, por exemplo, acabou por passar de dois para quatro anos de intervalo, antes de ser definitivamente abandonada. A razão? O interesse global, nunca realmente elevado, porque não se via a diferença entre esta competição e o Mundial.

Em termos absolutos, não é o caso deste Mundial de Clubes alargado, cuja principal carta é não ter equivalente. Mas, apesar da emergência dos novos ricos do Médio Oriente, apesar da qualidade do futebol sul-americano, espera-se encontrar uma luta entre gigantes europeus pela vitória final. E se for esse o caso, qual será a diferença entre esta competição e a Liga dos Campeões?

O interesse é fraco nos Estados Unidos. Certamente, a situação política atual não ajuda, mas não se esperam estádios cheios. No final da época, a forma física dos jogadores provavelmente não será excecional. O formato e o sorteio prometem algumas disparidades nos grupos. Sem contar que, para o público europeu, certos horários foram adaptados. Jogar ao meio-dia, como se vê, por exemplo, na NBA, raramente dá bom resultado.

Apenas uma coisa pode inverter a tendência: uma competição de qualidade, com jogo e equipas que venham para ganhar, e que o provem em campo. Em caso de fracasso, seja desportivo, financeiro ou cultural, ficará como a competição a mais. A overdose de futebol ameaça há algum tempo, esperemos que não aconteça aqui.

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