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Dunga acredita que Carlo Ancelotti "vai vencer" com o Brasil

Dunga foi campeão do Mundo com o Brasil
Dunga foi campeão do Mundo com o BrasilDANIEL DUARTE / AFP

Será que a aventura de Carlo Ancelotti à frente da seleção brasileira vai dar certo? Para o ex-médio e antigo selecionador da seleção brasileira, Dunga, campeão mundial como jogador em 1994, não há dúvidas: "Ele vai vencer", embora tenha que se adaptar rapidamente à "cultura do Brasil".

Comandante da seleção pentacampeã mundial na África do Sul-2010, Carlos Caetano Bledorn Verri, mais conhecido como Dunga, disse em entrevista à AFP, em Assunção, que o carismático Carletto vai conquistar a "torcida" brasileira com base nos resultados.

O técnico italiano de 65 anos assumirá o comando da canarinha em 26 de maio, após o fim do campeonato espanhol com o Real Madrid, com o qual conquistou um recorde de 15 títulos, incluindo três Ligas dos Campeões.

"Acredito na sua filosofia de futebol, que vai dar bons resultados, mas não sei se a imprensa vai gostar da sua forma de jogar. O povo sim, porque vai ganhar e o povo vai gostar", disse o capitão da equipa que conquistou o seu quarto título mundial nos Estados Unidos em 1994.

"Todos nós queremos que o Brasil se saia bem. Ancelotti tem muita experiência, mas acho que para ter sucesso todos têm que ajudar Ancelotti a se adaptar o mais rápido possível à cultura brasileira", explicou.

Cercando-se de conhecedores

Nesse sentido, Dunga, de 61 anos, disse que a experiência do novo técnico, o primeiro estrangeiro a assumir a seleção brasileira desde 1965, como treinador de jogadores brasileiros no AC Milan ou no Real Madrid pode ser útil para ele se ambientar.

"Há jogadores que jogaram com Ancelotti no AC Milan e que podem ajudar muito a fazer essa aproximação, com a cultura e a forma de pensar do Brasil", disse.

De acordo com a imprensa brasileira, o treinador pretende juntar à sua equipa técnica Kaká, com quem conquistou a Liga dos Campeões de 2007, numa época em que o antigo médio ofensivo venceu a Bola de Ouro, a última conquistada por um brasileiro.

Naquela que será a sua primeira experiência à frente de uma seleção nacional, Ancelotti terá de levantar a equipa pentacampeã do mundo, que sofreu derrotas dolorosas e resultados inesperados no caminho para o Campeonato do Mundo de 2026, na América do Norte.

Nem o brasileiro Fernando Diniz nem Dorival Júnior, demitido em março, conseguiram reunir atacantes que brilham na Europa - Vinícius Jr, Rodrygo, Raphinha - ou compensar as repetidas ausências de Neymar por lesão.

Além disso, na véspera do torneio que será organizado pelos Estados Unidos, Canadá e México, onde o Brasil poderá completar 24 anos sem conquistar o título máximo do futebol, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentou várias crises por causa da polémica eleição do seu presidente, Ednaldo Rodrigues, que deveria ser afastado temporariamente do cargo no final de 2023.

"A (situação na) confederação certamente terá influência", disse Dunga, que na terça-feira participou na abertura de uma exposição na cidade paraguaia de Assunção, onde o 75.º Congresso da FIFA será realizado esta quinta-feira.

Mas "como ele (Ancelotti) vem de fora, em princípio não vai incomodar ninguém", disse.