Esta quarta-feira, foi confirmado que a Arábia Saudita irá acolher o Campeonato do Mundo de 2034.
O Presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), Gianni Infantino, espera melhorias sociais e um desenvolvimento positivo dos direitos humanos na Arábia Saudita como resultado da organização do Campeonato do Mundo.
Estas são algumas das responsabilidades que um anfitrião do Campeonato do Mundo deve assumir.
No período que antecede a fase final, em 2034, a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) vai analisar se estas boas intenções serão concretizadas.
"Vamos pedir contas à FIFA para ver se os anfitriões do Campeonato do Mundo cumprem o que prometeram", afirmou o presidente da DBU, Jesper Møller.
"Temos de fazer com que Infantino cumpra a sua palavra. Ele tem uma abordagem positiva e acredita numa mudança positiva. Vamos seguir isso ao longo do caminho", acrescentou.
Uma forma de o fazer é através de uma aliança com os outros países nórdicos. A DBU participou em algo semelhante quando foi atribuído ao Catar o acolhimento do Campeonato do Mundo de 2022.
"Acordámos com os países nórdicos que nos coordenaremos como sempre fazemos. Já planeámos uma reunião no início do novo ano", afirmou o presidente da DBU.
"Vamos fazer um plano conjunto para manter a FIFA a par das coisas. Acreditamos que isso é necessário. Especialmente com os valores que temos nos países nórdicos", explicou.
Jesper Møller sublinhou ainda que os países nórdicos não discutiram as possíveis consequências se a Arábia Saudita e a FIFA não cumprirem as suas responsabilidades.
Embora a maior parte das atenções esteja virada para a organização do Campeonato do Mundo na Arábia Saudita, o presidente da DBU também se vai concentrar nas outras finais do Campeonato do Mundo previstas no calendário.
Em primeiro lugar, Jesper Møller menciona o México, que, juntamente com os EUA e o Canadá, será o co-anfitrião do Campeonato do Mundo de 2026, como um ponto focal.
"E depois teremos um anfitrião do Campeonato do Mundo em 2030, Marrocos. Acho que também devemos ficar de olho neles", diz Møller.
No Congresso da FIFA desta quarta-feira, Espanha, Portugal e Marrocos receberam o direito de organizar o Campeonato do Mundo de 2030.
"Vamos discutir de forma mais alargada e não vamos ficar apenas de olho na Arábia Saudita", disse.
O presidente da DBU sublinha que, entre os 211 países membros da FIFA, existem grandes diferenças na perceção dos países anfitriões do próximo Campeonato do Mundo.
"Há seis países da região nórdica que partilham os mesmos valores. Mas isso são seis dos 211 países da FIFA. Esta é a situação política e democrática da FIFA. As opiniões que representamos estão em minoria na FIFA. Podemos criticar o processo, mas há uma maioria diferente. Há outras opiniões e não temos poder de veto", afirmou Jesper Møller.