Acompanhe o Portugal-Estados Unidos no Flashscore
A equipa das quinas já fez história na Nova Zelândia, primeiro pela inédita presença e depois porque já conseguiram marcar golos e ganhar um jogo, só que, num grupo com as duas finalistas da última edição (2019), os oitavos ainda estão à distância de um triunfo sobre os Estados Unidos.

Se por um lado o cenário é ótimo, já que a formação lusa só depende de si própria, por outro, a dificuldade não poderia ser maior, pois, pela frente, Portugal vai ter a melhor equipa do Mundo, as bicampeãs mundiais em título, em busca do tão desejado (e inédito) tricampeonato.
É o ‘Evereste’ do futebol no feminino, o pior adversário possível para as comandadas por Francisco Neto, que a quase nada se podem agarrar para terem esperanças reais de apuramento para a fase eliminar e de saltar para a Austrália, em Sydney ou Melbourne, em 06 de agosto.
Quanto a palmarés, o vazio de Portugal contrasta com quatro títulos olímpicos e outros tantos Mundiais das norte-americanas, que, em campeonatos do Mundo, somam 41 triunfos, sete empates e apenas quatro derrotas (142-39 em golos), em 52 jogos.
A Noruega (1-0, em 1995), a Alemanha (3-0, em 2003) e o Brasil (4-0, em 2007) foram as três primeiras seleções a bater os Estados Unidos, nos 90 minutos ou no prolongamento, e a Suécia (2-1 em 2011) a última e única a fazê-lo em fase de grupos.

Depois desse jogo, em 06 de julho de 2011, as bicampeãs em exercício somaram 15 triunfos e quatro empates em Mundiais, prova em que nunca falharam as meias-finais, em oito edições. Perdendo contra Portugal, ficariam, certamente, pela fase de grupos.
Na Nova Zelândia, as agora comandadas pelo macedónio Vlatko Andonovski começaram por vencer o Vietname por 3-0 e, depois, empataram com os Países Baixos (1-1), o que, em comparação com Portugal, significa que marcaram mais um golo em cada jogo.
A seleção lusa ficou-se por um 2-0 ao Vietname, com tentos de Telma Encarnação e Kika Nazareth, depois de um 0-1 com os Países Baixos, culpa de um golo da gigante Stefanie van der Gragt, após um canto, o que significa que chega à última ronda a um ponto de norte-americanas e neerlandesas.
Em termos matemáticos, a igualdade face aos Estados Unidos pode chegar, mas só se os Países Baixos perderem com o Vietname, cenário que se afigura de todo improvável.
Assim, só a vitória interessa a Portugal, que, na sua história, perdeu os dez jogos, todos de caráter particular, feitos face aos Estados Unidos e não conseguiu sequer marcar um golo, sofrendo 39, nove já na ‘era’ Francisco Neto (0-1, 0-4, 0-3 e 0-1).

As opções de Francisco Neto
O desafio das jogadoras portuguesas é, assim, incomensurável, sendo que, para o enfrentar, parece difícil prever quais as peças que o selecionador vai lançar, depois de, do primeiro para o segundo jogo, ter feito sete mudanças, mantendo apenas Ana Borges, Carole Costa, Tatiana Pinto e Jéssica Silva.
Francisco Neto, que já utilizou 22 jogadoras, pode começar por inovar logo na baliza e colocar em campo a 23.ª convocada, e única que ainda não entrou, a guarda-redes Rute Costa, que também não somou qualquer minuto nos Europeus de 2017 e 2022.

Quanto a defesa, é provável que se mantenha a três, com Ana Borges, Carole Costa e o regresso de Diana Gomes, podendo, nas laterais, manter-se Lúcia Alves e Joana Marchão ou regressar Catarina Amado, titular com os Países Baixos.
O meio-campo poderá ter Andreia Jacinto (ou Dolores) e Andreia Norton (ou Tatiana Pinto), mais Kika Nazareth, nas costas de Jéssica Silva e Telma Encarnação, jogadora que não será fácil Francisco Neto despromover.
Quanto ao onze de Andonovski, não se preveem grandes alterações, até porque os Estados Unidos precisam de ganhar – se calhar folgadamente – para vencerem o grupo e apanharem um adversário teoricamente menos complicado nos oitavos.
A avançada Alex Morgan, que conta 121 golos em 209 jogos pela seleção, é a jogadora cartaz da formação norte-americana, sendo que, no Mundial-2023, só marcaram Sophia Smith (dois ao Vietname) e Lindsey Horan (um ao Vietname e outro aos Países Baixos).

Trinity Rodman, filha do lendário basquetebolista Dennis Rodman, Rose Lavelle e Savannah Demelo, que tem descendência açoriana, são outras das figuras das bicampeãs em título, juntamente com a agora menos utilizada Megan Rapinoe.
O 11.º encontro, e primeiro oficial, entre Portugal e os Estados Unidos, da terceira jornada do Grupo E do Mundial feminino de 2023, realiza-se na terça-feira, pelas 19:00 (08:00 em Lisboa), no Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia.
