- Que nota daria à Espanha, com base nos dois primeiros jogos?
- 7.5. Acho que o primeiro jogo, contra a Costa Rica, foi muito completo, apesar de o adversário estar muito fechado na defesa. Foi uma ótima abordagem. Contra a Zâmbia foi bom, mas ainda há espaço para melhorias.
- O que mais e menos lhe agradou na seleção espanhola neste Campeonato do Mundo Feminino?
- O mais positivo é o bom desempenho de todo o grupo, porque todas estão muito envolvidas. As jogadoras mais experientes e titulares estão a ir bem e as que saem do banco e têm menos experiência também estão a ir bem. O que mais me desagradou foi um pouco de desconexão contra a Zâmbia, quando a equipa perdeu a sua identidade.
- Qual é o limite máximo para esta equipa que está a crescer tanto?
- Se elas fizerem o trabalho de casa contra o Japão e se classificarem em primeiro lugar, isso abrirá o caminho. Pode haver surpresas, porque se trata de um Mundial, mas acho que podem passar dos quartos de final. É hora de novos desafios e de começar a disputar as meias-finais ou mesmo uma hipotética final. É a ocasião para derrubar muros que ainda não caíram.

- Qual a jogador que mais o surpreende na seleção? - Tere Abelleira. Fez dois jogos incríveis. É a jogadora sensação até agora.
- Qual é a sua equipa favorita para conquistar o título?
- Alemanha ou Inglaterra.

- Sente inveja do crescimento e da evolução do futebol feminino nos últimos anos?
- Sim, eu gostaria de ter tido os recursos que as jogadoras têm agora. Tenho curiosidade de saber como teria sido o meu desempenho. Atualmente, os grandes clubes oferecem muitas possibilidades. De qualquer forma, acho que fiz a minha parte para a evolução que tivemos e para chegarmos ao ponto em que estamos agora.
- Qual foi, na sua opinião, o maior passo em frente?
- Foi um pouco de tudo. O grande empenho dos clubes foi essencial para profissionalizar a modalidade e proporcionar muitos mais recursos às jogadoras. A seleção nacional espanhola também ajudou com o seu bom desempenho. Agora é a melhor altura.

- Disse, por vezes, que a RFEF nunca se interessou pelo futebol feminino.
- Continuo a afirmar isso. A Federação está atrasada em relação ao desempenho das jogadoras. As exigências para as jogadoras são máximas e muitos clubes investiram muito para poderem dar-lhes tudo o que precisam para progredir. A qualidade aumentou e a Federação foi apanhada de surpresa por esta "explosão" do futebol feminino.
- Qual foi a chave para essa mudança?
- A profissionalização e o dinheiro investido por muitas entidades. Isso permitiu que o futebol espanhol crescesse. A Liga F e a seleção nacional de Espanha também contribuíram para isso, juntamente com o apoio dos meios de comunicação social.
- De que jogadora espanhola, além de Alexia Putellas, gosta particularmente?
- Jenni Hermoso. Ela é fantástica. Já partilhei o balneário com ela muitas vezes. Vê espaços onde as outras não vêem e cativa os espectadores. Cativa os espectadores, as companheiras de equipa e os adversários. É uma futebolista magnífica.