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Feminino: Mundial com 48 seleções é um passo para "o sonho da igualdade", diz a brasileira Formiga

FIFA decidiu que o Campeonato do Mundo Feminino de 2031 será disputado por 48 equipas
FIFA decidiu que o Campeonato do Mundo Feminino de 2031 será disputado por 48 equipasKIRILL KUDRYAVTSEV/AFP
Formiga, antiga estrela brasileira com 234 jogos pelo Brasil, saudou o alargamento do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino a 48 equipas em 2031, o mesmo formato da competição masculina, considerando-o um passo em direção ao "sonho da igualdade".

"É maravilhoso (...) Vamos poder comparar números para que o futebol feminino seja cada vez mais aceite em todos os países", disse Miraildes Maciel Mota, conhecida por Formiga, aos jornalistas, no 75.º Congresso da FIFA, em Luque, no Paraguai.

Na passada sexta-feira, a FIFA confirmou que o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino seria alargado de 32 para 48 equipas a partir de 2031.

Única jogadora de futebol feminino a ter participado em sete Campeonatos do Mundo e sete torneios olímpicos, um feito inigualável para os homens, a incansável ex-média de 47 anos mostrou-se satisfeita com os progressos, ainda que "lentos", feitos pelo futebol feminino.

"Antes, havia poucas meninas, mas hoje o número de meninas que jogam futebol no Brasil, e em outros países também, aumentou muito", disse a jogadora que detém o recorde de maior número de partidas pelo Brasil, com 234.

"É assim que vamos realizar o sonho da igualdade, seja ela de género ou de qualquer outro tipo", disse.

"Somos capazes de mover o mundo para conquistar o espaço que ainda nos falta", acrescentou.

Retirada em 2021, Formiga aplaudiu também o regresso à seleção nacional da estrela Marta, 39 anos, que não joga uma partida internacional desde a derrota na final dos Jogos Olímpicos de Paris-2024: "É uma figura que representa não só o futebol feminino brasileiro, mas também mundial, pelo que é, pelo que fez e pelo que continua a fazer".

Com o Brasil pronto para sediar o primeiro Mundial Feminino da América Latina em 2027, Formiga disse que era "hora dessa nova geração" conquistar o primeiro título mundial das Canarinhas, que perderam a final em 2007.

A emblemática ex-camisola 8 finalmente teve uma palavra para a seleção masculina na chegada do novo técnico, o italiano Carlo Ancelotti: Formiga acredita que é preciso haver uma "mudança" no "estado de espírito" das jogadoras para "salvar o futebol brasileiro", que não vence o Mundial masculino desde 2002.

"O que conta é o espírito", frisou.

"Quando não há vontade de mudar, nada avança. É preciso ter espírito e disciplina para mudar tudo o que está acontecendo hoje", acrescentou.